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Bouteflika oficializa candidatura à reeleição na Argélia

O presidente argelino Adbelaziz Bouteflika, de 82 anos, oficializou sua candidatura à reeleição para um quinto mandato em seu país, segundo informações do canal Ennahar TV. A eleição presidencial acontecerá no dia 18 de abril. Caso reeleito, o chefe de Estado prometeu convocar uma nova votação dentro de um ano.

Manifestantes na Praça da República, em Paris
Manifestantes na Praça da República, em Paris RFI/Laura Martel
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A candidatura de Bouteflika foi contestada durante vários dias por milhares de argelinos. Eles argumentam que o chefe de Estado, vítima de um AVC em 2013, não está mais em condições de dirigir o país e se tornou um “fantoche”. As autoridades ainda não confirmaram a informação do canal de televisão.

Neste domingo, vários protestos ocorreram na Argélia em oposição ao possível quinto mandato. Centenas de estudantes saíram às ruas da capital Argel gritando "fora Bouteflika!" e foram dispersados pela polícia com canhões de água.

O presidente argelino demitiu no sábado o seu diretor de campanha, o ex-primeiro-ministro Abdelmalek Sellal. Sem nenhuma explicação sobre a mudança, a agência de notícias oficial do governo APS apenas indicou que Sellal será substituído pelo atual ministro dos Transportes, Abdelghani Zaalane.

Buteflika está hospitalizado há seis dias na Suíça, oficialmente para exames médicos de rotina. Fragilizado pelo AVC de 2013, o presidente aparece raramente em público. Na prática, seu governo é comandado por uma cúpula militar.

Em Paris, apoio às manifestações da Argélia

Na Praça da República, local emblemático para as manifestações francesas, centenas se uniram carregando bandeiras da Argélia e cartazes contra o presidente Bouteflika e cantando o hino nacional argelino. “Não ao quinto mandato”, “Sem violência, sem medo, vá embora”, “Queremos uma transição” e “Poder assassino” são algumas das frases que os manifestantes exibiam.

O clima foi calmo e a multidão era heterogênea: jovens, homens, mulheres, famílias inteiras, com várias crianças. Todos os manifestantes denunciam uma “farsa” ao falar do quinto mandato. A diáspora argelina em Paris saiu às ruas para mostrar apoio aos habitantes de seu país, com os quais eles concordam em relação à política atual.

Muitos falam de um “sentimento de humilhação” pelo povo argelino, mas também pelo próprio presidente que, segundo eles, foi maltratado. Eles não sentem raiva pelo chefe de Estado e até admiram algumas de suas decisões políticas. Mas todos acreditam que está na hora de mudar a página e deixar o lugar “aos jovens”. Entre os participantes da mobilização parisiense, diversos deles só conheceram a era Bouteflika e julgam que a classe política está totalmente desconectada de suas realidades.

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