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Síria/ Jihadistas

Síria: Trump conclama europeus a repatriar seus jihadistas

A poucos dias do anúncio oficial do fim do grupo Estado Islâmico, o presidente norte-americano Donald Trump pediu neste domingo (17) aos países europeus para repatriar seus nacionais feitos prisioneiros na região, ou seja, os jihadistas, caso contrário, ele ameaçou liberá-los para a vida selvagem.

Autoridades francesas dizem que todos os jihadistas trazidos de volta serão julgados.
Autoridades francesas dizem que todos os jihadistas trazidos de volta serão julgados. Bulent KILIC / AFP
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A mensagem foi enviada via twitter por Donald Trump: "Os Estados Unidos pedem à Grã-Bretanha, França, Alemanha e outros aliados europeus que recuperem mais de 800 combatentes do Estado Islâmico que capturamos na Síria e os levem a julgamento".

"O califado está prestes a cair", escreve o presidente americano, " e não há alternativa, porque seríamos forçados a libertá-los".

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Jihad

Esses estrangeiros, que foram para a guerra na Síria, foram capturados por forças curdas que combatiam o grupo do Estado Islâmico com a ajuda de uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos. Mas esses prisioneiros são muito incômodos. Os curdos alertaram que não poderiam mantê-los para sempre.

A França declarou recentemente que poderia repatriar seus nacionais, enquanto, até agora, a decisão era de deixá-los no local. O risco é ver esses jihadistas desmaiarem na selva, após a retirada das forças dos EUA da Síria. Donald Trump anunciou em dezembro a iminente partida de seus militares. Esta decisão tem sugado a ira de seus aliados europeus, mas também a preocupação dos curdos que se encontram isolados.

Bashar al-Assad

O presidente sírio Bashar al-Assad alertou, neste domingo (17), as facções curdas na Síria que "apostam" nos Estados Unidos que este país não vai protegê-las contra nenhuma ofensiva turca, já que Washington pretende retirar suas tropas.

Washington apoia a milícia curda Unidades de Proteção do Povo (YPG) na Síria, que combate o grupo extremista Estado Islâmico (EI). O presidente Donald Trump anunciou em dezembro a retirada de cerca de 2.000 soldados americanos que atuam no país até abril, estimando que a derrota dos extremistas se dará em breve.

"Aos grupos que apostam nos americanos, dizemos que eles não vão protegê-los", disse Assad neste domingo em comunicado emitido pela emissora pública do país.

"Os americanos não vão colocá-los no coração, nem nos braços. Vão colocá-los no bolso para que sejam uma ferramenta em sua permuta", opinou.

Após o conflito que devastou a Síria desde 2011, os curdos conseguiram estabelecer uma autonomia "de fato" nas regiões sob seu controle, com territórios no norte e nordeste que representam quase 30% do país.

O anúncio da retirada dos Estados Unidos surpreendeu esta minoria, que poderia acabar enfraquecida contra a vizinha Turquia, num contexto em que Ancara ameaça lançar uma ofensiva para expulsar as YPG de áreas adjacentes à sua fronteira com a Síria.

Para se proteger, os curdos começaram uma aproximação com o poder de Damasco e estão tentando negociar uma solução política para preservar sua semi-autonomia. No entanto, esses diálogos estão estagnados.

"Se não se preparar para defender seu país e resistir, não será mais que um escravo entre os otomanos", afirmou Assad, referindo-se à Turquia.

"Nada os protegerá, exceto seu Estado. Ninguém lhes defenderá, exceto o Exército árabe sírio", concluiu o presidente.

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