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Irã exibe sua força, três dias antes do 40° aniversário da Revolução Islâmica

Três dias antes do 40° aniversário da revolução islâmica, o Irã fez uma demonstração de força à comunidade internacional nesta sexta-feira (8). O país lançou uma nova provocação aos Estados Unidos e às nações ocidentais, ao enviar ao espaço um satélite e ao revelar um míssil super poderoso que pode viajar 1000 km.

Exibição de mísseis na capital iraniana, em 2 de fevereiro de 2019
Exibição de mísseis na capital iraniana, em 2 de fevereiro de 2019 AFP
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Com informações do correspondente em Teerã, Siavosh Ghazi

A mais recente arma do governo iraniano, chamada de Dezful, foi divulgada ao mesmo tempo que uma nova usina de fabricação de armamento, localizada num esconderijo subterrâneo. A televisão pública do Irã mostrou imagens do novo míssil, uma demonstração de força em resposta aos pedidos dos Estados Unidos e da União Europeia para que fosse interrompida a produção desses equipamentos bélicos no país.

No último sábado (2), o Irã já tinha anunciado ter feito teste com um míssil de cruzeiro com capacidade para percorrer 1.350 km. Washington e os países europeus criticam os lançamentos de satélite do Irã, afirmando que eles são usados para seus foguetes e armas bélicas, o que, segundo a comunidade ocidental, é contrária à resolução 2231 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Ausência de confiança na União Europeia e nos Estados Unidos

O guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamei, afirmou nesta sexta-feira que seu país não podia ter confiança na União Europeia, alguns dias antes do lançamento de um programa que visa contornar as sanções americanas contra Teerã. Para o líder iraniano, os europeus, assim como os americanos, não são confiáveis.

"Não digo que não devíamos ter relações com eles. É apenas uma questão de confiança", ressaltou Ali Khamei. Paris, Berlim e Londres anunciaram no fim de janeiro a criação de um mecanismo de troca para permitir que as empresas da UE possam fazer comércio com o Irã, apesar das sanções econômicas restabelecidas contra Teerã pelos EUA, em 2018, em decorrência da decisão de Donald Trump de sair do Acordo Internacional sobre o Nuclear Iraniano, de 2015.

O guia supremo iraniano também criticou a forma como o governo francês está reagindo à crise dos “coletes amarelos”, lembrando as regras dos direitos humanos. “Eles atacam manifestantes nas ruas de Paris e, em seguida, têm a audácia de fazer exigências”, disse o guia iraniano.

Com relação aos Estados Unidos, Ali Khamei afirmou que seu país continuaria a gritar “Morte à América” enquanto Washington continuar com sua política hostil, tendo o cuidado de ressaltar que esse discurso não “visava o povo americano”. “Morte a Trump, a John Bolton, a [Mike] Pompeo. Morte aos dirigentes americanos”, disse, em referência ao conselheiro da Casa Branca e ao chefe da diplomacia americana.

Celebrações nacionais

O Irã comemora na segunda-feira (11) o 40° aniversário da Revolução Islâmica, tendo como pano de fundo as dificuldades econômicas e as tensões com os Estados Unidos. O feriado nacional comemora a queda do regime imperial do xá Mohammad Réza Pahlavi, no dia 11 de fevereiro de 1979.

Como em todos os anos, as autoridades vão organizar uma grande manifestação na praça Azadi (“Liberdade”, na língua persa), no centro da capital. O presidente iraniano, Hassan Rohani, deve pronunciar um discurso.

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