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El Salvador/eleições

El Salvador elege Bukele, presidente que promete vencer violência no país

O ex-prefeito de San Salvador, Nayib Bukele, rompeu neste domingo (3) o tradicional bipartidarismo direita-esquerda em El Salvador ao vencer a eleição presidencial, com a missão de obter acordos para combater a violência e estimular a economia.

Nayib Bukele, da Grande Aliança Nacional (GANA), vence a eleição presidencial em El Salvador.
Nayib Bukele, da Grande Aliança Nacional (GANA), vence a eleição presidencial em El Salvador. REUTERS / Jose Cabezas
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O popular ex-prefeito da capital do país, de 37 anos, venceu a disputa no primeiro turno com cerca 53% dos votos. Bukele, que entrou na disputa pelo pequeno e conservador partido Grande Aliança pela Unidade Nacional (GANA), celebrou a vitória com seus eleitores.

"Neste momento, podemos anunciar com plena certeza que vencemos a presidência da república de El Salvador no primeiro turno", disse Bukele. "É uma vitória do povo salvadorenho, fizemos história", completou o presidente eleito, que era o favorito em todas as pesquisas, apesar das dúvidas sobre a possibilidade de conquistar 50% mais um dos votos já no primeiro turno.

Seu triunfo acaba com o histórico bipartidarismo que governou El Salvador nas últimas décadas. Apesar da vitória contundente, analistas destacam que Bukele terá que buscar acordos com a oposição de direita, que controla o Congresso. O novo presidente terá que governar em aliança com a oposição ao menos até 2021, quando acontecerão as próximas eleições legislativas.

Para o analista Roberto Cañas, os salvadorenhos "sepultaram" o bipartidarismo que "não conseguiu interpretar as necessidades do povo, como a insegurança diária nas ruas". "Bukele personificou o cansaço da população com um modelo de partidos salpicados pela corrupção, que agora devem recolher os pedaços para recompor-se, caso desejem continuar como opção", disse Cañas.

Reconhecimento da derrota

Os candidatos dos partidos que governaram o país nas últimas décadas reconheceram a derrota. Carlos Calleja, da coalizão de quatro partidos de direita liderada pela Aliança Republicana Nacionalista (Arena), foi o segundo colocado, com 31,62% dos votos. O ex-chanceler Hugo Martínez, da governante Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN), ficou em terceiro (13,77%).

A Arena governou El Salvador entre 1989-2009, enquanto a FMLN, que se transformou em partido político com o fim da guerra civil em 1992, chegou ao poder em 2009. O atual presidente do país, eleito em 2014, é Salvador Sánchez Cerén, da FMLN.

O bipartidarismo havia dominado o país desde o fim da guerra civil de 12 anos em 1992, com a assinatura de acordos de paz entre o governo e a guerrilha. Esta foi a sexta eleição presidencial desde então.

Guerra de gangues

O novo presidente precisará enfrentar o já antigo problema das gangues violentas, responsáveis pela maioria dos 3.400 homicídios cometidos em 2018 em El Salvador, um país com 51 mortes para cada 100.000 habitantes. No passado, governos de direita apostaram na repressão ou negociaram em sigilo com as gangues.

A esquerda, enquanto isso, com o ex-presidente Mauricio Funes (2009-2014), incentivou uma trégua entre as duas principais gangues que reduziu temporariamente os homicídios. A cada ano, milhares de salvadorenhos deixam o país por causa da violência e o desemprego. Bukele também terá que enfrentar o lento crescimento de uma economia dolarizada que, nos últimos cinco anos, não conseguiu chegar a 3% do crescimento anual.

(Com informações da AFP)

 

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