Turquia continuará combatendo milícias curdas apesar de ameaças de Trump
Um mês depois do anúncio feito por Donald Trump da retirada das tropas americanas da Síria, o presidente americano ameaçou neste domingo (13) “devastar economicamente a Turquia” se o país atacar os curdos, em uma série de tuítes polêmicos. A Turquia afirmou nesta segunda-feira (14) que continuará sua luta contra a milícias curdas apoiadas pela Síria.
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O porta-voz da presidência turca, Ibrahim Kalin, também utilizou o Twitter para responder ao presidente americano. “Os terroristas não podem ser parceiros e aliados. Não há nenhuma diferença entre o grupo Estado Islâmico e o YPG (Unidades de Proteção do Povo). Vamos continuar a combatê-los”, diz a mensagem.
Starting the long overdue pullout from Syria while hitting the little remaining ISIS territorial caliphate hard, and from many directions. Will attack again from existing nearby base if it reforms. Will devastate Turkey economically if they hit Kurds. Create 20 mile safe zone....
Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 13 janvier 2019
Neste final de semana, o presidente americano, Donald Trump, em uma série de tuítes, pediu aos curdos que evitassem qualquer tipo de “provocação” em relação à Turquia, e lembrou que não era “amigo” da Rússia, Irã ou Síria. Trump foi particularmente agressivo e que as tropas na Síria continuavam a combater o grupo Estado Islâmico. O que é contraditório, já que o chefe de Estado justificou sua decisão de retirada das tropas alegando que o grupo EI havia sido “eliminado”, lembra o correspondente da RFI em Nova York, Grégoire Pourtier.
Antes da retirada das tropas americanas da Síria, os curdo-sírios, aliados de Washington na luta contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI), tiveram que confiar no regime de Damasco para garantir sua sobrevivência diante das ameaças turcas. Neste contexto, Washington até vincula sua retirada da Síria à proteção desse grupo, o que irrita Ancara, analisa Pourtier.
Curdos serão protegidos, diz Pompeo
No sábado (12), durante visita a Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse que os Estados Unidos estão confiantes na possibilidade de que os curdos sejam protegidos. Ele também reconheceu o direito da Turquia de defender seu país de terroristas. "Confiamos na possibilidade de alcançar este duplo objetivo", disse ele a repórteres que o acompanham em sua visita ao Oriente Médio, após conversa por telefone com seu homólogo turco, Mevlut Cavusoglu.
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