Ex-condenada à morte, Asia Bibi é libertada no Paquistão
A paquistanesa Asia Bibi, de confissão cristã, absolvida há uma semana depois de oito anos no corredor da morte por blasfêmia, permanecia encarcerada desde então. Segundo seu advogado, Saif ul-Mulook, ela foi libertada nesta quarta-feira (7) e já se encontrava dentro de um avião, com destino desconhecido.
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"Ela foi liberada, me disseram que ela estava em um avião, mas ninguém sabe onde ela vai pousar", escreveu Ul-Mulook em uma mensagem à agência AFP. A ordem de libertação de Asia Bibi chegou nesta quarta-feira (7) na prisão de Multan (centro do Paquistão), onde ela estava detida, segundo fontes policiais.
De acordo com um funcionário da aviação civil em Multan, um pequeno avião pousou à noite com "alguns estrangeiros e alguns paquistaneses" a bordo, sem dar mais detalhes. O marido de Asia Bibi reivindicou o asilo de sábado para sua família nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha ou no Canadá, alegando perigo se permanecessem no Paquistão.
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, disse nesta segunda-feira (5) estar "pronta para receber" Asia Bibi com sua família na capital francesa. Segundo declarações desta quarta-feira do chanceler Jean-Yves Le Drian, a França estaria pronta para acolher a paquistanesa.
"Peço ao presidente Donald Trump que nos ajude a sair e à primeira-ministra britânica (Theresa May) que faça o melhor possível para nos apoiar", disse Ashiq Masih em mensagem de vídeo. O marido de Asia Bibi também buscou a "ajuda" do primeiro-ministro canadense Justin Trudeau.
O caso Asia Bibi divide severamente o Paquistão. Depois de sua absolvição, os islamistas, que exigiram sua execução, bloquearam as principais estradas do país por três dias, forçando o governo do primeiro-ministro Imran Khan a assinar um acordo polêmico com eles.
O executivo paquistanês se comprometeu a lançar um procedimento para proibir Asia Bibi de deixar o território e não bloquear um pedido de revisão do julgamento de absolvição. O acordo foi criticado por muitos paquistaneses.
Bibi, uma trabalhadora cristã de mais de 50 anos, e mãe de cinco filhos, foi sentenciada à morte em 2010 por blasfêmia durante uma discussão com mulheres muçulmanas sobre um copo de água. Seu caso mobilizou a comunidade internacional.
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