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Líderes europeus pedem manutenção de cessar-fogo na Síria

Os presidentes da Turquia, Rússia, França e a chanceler da Alemanha fizeram um apelo neste sábado para preservar o cessar-fogo em vigor na província de Idlib, noroeste da Síria, e para uma "solução política" do conflito que atinge o país desde março de 2011. Os pedidos foram tomados após uma reunião de Cúpula dedicada à Síria e realizada em Istambul.

Os quatro líderes reunidos em Istambul para discutir o futuro da Síria, em 27/10/18.
Os quatro líderes reunidos em Istambul para discutir o futuro da Síria, em 27/10/18. REUTERS/Murad Sezer
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Anfitrião do encontro, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan leu a declaração final da cúpula. O documento insistiu na importância de um cessar-fogo durável em Idlib e na necessidade de prosseguir na luta contra o terrorismo.

Os líderes também saudaram os progressos em Idlib em relação à adoção de uma zona desmilitarizada e à retirada de grupos radicais da região, como prevê o acordo firmado entre Moscou e Ancara no mês de setembro. Idlib é o último reduto dos rebeldes e jihadistas e está na mira das tropas do presidente Bashar Al-Assad, determinado a manter sob seu controle todo o território do país. 

O presidente Erdogan, o russo Vladimir Putin, o francês Emmanuel Macron e a alemã Angela Merkel também reafirmaram a determinação de "trabalharem juntos para criar as condições propícias para a paz e a segurança na Síria". Eles também se mostraram dispostos a "apoiar uma solução política e reforçar o consenso internacional em relação à proposta".

Segundo Erdogan, em aso de eleição, caberá aos sírios "de dentro e de fora do país", escolherem o destino do presidente Bashar al-Assad. Ficou acordado ainda, se as "condições permitirem", de agendar uma reunião em Genebra antes do fim do ano do Comitê Constitucional para elaborar uma nova Carta Magna para o país.

A cúpula, inédita neste formato, também fez um apelo para criar as condições necessárias para um retorno "seguro e voluntário", dos refugiados e deslocados devido ao conflito que já deixou mais de 360 mil mortos em sete anos.

Situação explosiva

A reunião em Istambul foi realizada em meio a uma situação cada vez mais delicada e explosiva em Idlib, noroeste da Síria. Na sexta-feira, ataques do regime de Damasco deixaram sete mortos, o balanço mais elevado desde a entrada em vigor, em meados de setembro, do acordo russo-turco de trégua nos combates. Moscou, aliado de Al-Assad, e Ancara, que protege os rebeldes, definiram uma zona desmilitarizada de 15 a 20 km para separar os insurgentes de Idlib das regiões controladas pelo governo de Damasco.

O acordo foi negociado para evitar uma grande ofensiva preparada pelo regime contra o reduto rebelde da oposição, que poderia resultar em uma catástrofe humanitária. Na saída do encontro, o presidente Macron insistiu para que Moscou "faça pressão clara sobre o regime sírio" para garantir um cessar-fogo estável na província de Idlib.    

"Coordenação acentuada"

Apesar do apoio demonstrado pelos líderes reunidos em Istambul, a formação de um Comitê Constitucional sob tutela da ONU para elaborar uma nova Carta Magna para a Síria é vista como um dos principais desafios devido à oposição do regime. 

A Turquia e a Rússia formam com o Irã um trio com interesses próprios na Síria, onde investem pesado com a presença militar.

A França e a Alemanha integram, com outros cinco países, entre eles os Estados Unidos, de um "pequeno grupo" sobre a Síria. A iniciativa visa sobretudo avançar a proposta de uma solução política pacífica para o fim do conflito. 

Na declaração final, a cúpula de Istambul destacou a importância de uma "coordenação acentuada entre as diferentes iniciativas internacional visando a conclusão de uma solução de credibilidade e viável para o conflito sírio". O documento não abordou a questão da reconstrução do país, um assunto importante sob o ponto de vista do governo russo.

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