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Arábia Saudita admite morte de jornalista e Turquia diz que revelará o que aconteceu

A Arábia Saudita admitiu, neste sábado (20), que o jornalista dissidente Jamal Khashoggi morreu dentro de seu consulado em Istambul. O comunicado foi feito mais de duas semanas após o desaparecimento dele provocar uma das piores crises internacionais do país. A procuradoria saudita informou, segundo a Agência de Notícias Saudita (SPA), que "as discussões entre Jamal e as pessoas com quem ele se reuniu no consulado degeneraram para uma briga corporal, levando à sua morte".

Imagens do sistema de segurança mostram Jamal Khashoggi chegando ao consulado saudita de Istanbul, no dia 2 de outubro de 2018.
Imagens do sistema de segurança mostram Jamal Khashoggi chegando ao consulado saudita de Istanbul, no dia 2 de outubro de 2018. Demiroren News Agency / AFP
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Após o anúncio, o rei Salman, da Arábia Saudita, determinou a criação de uma comissão ministerial presidida pelo príncipe herdeiro, Mohamed bin Salman, para reestruturar os serviços de inteligência. Esta comissão deverá "definir precisamente os poderes" dos serviços de inteligência, segundo fontes sauditas. Riad informou ainda a destituição do vice-presidente do Serviço Geral de Inteligência, Ahmad al Asiri, e do conselheiro da corte real Saud al Qahtani. Segundo o governo, 18 pessoas já foram detidas como parte das investigações sobre a morte de Jamal Khashoggi.

Estados Unidos acompanham investigações

A porta-voz da Casa Branca Sarah Sanders disse que Washington "acompanha de perto as investigações internacionais sobre este trágico incidente" e o presidente Donald Trump declarou considerar as explicações da Arábia Saudita "críveis". Ele também declarou que "ainda é cedo, não concluímos nossa investigação e nossa avaliação" sobre o caso, "mas penso que trata-se de um passo muito importante", sobre a admissão de Riad em relação à morte do jornalista. O presidente se mostrou ainda preocupado sobre como possíveis sanções a Riad podem afetar os negócios americanos com a Arábia Saudita.

Já o secretário-geral das Nações Unidas, António Gutierres, se declarou "profundamente preocupado com a confirmação da morte de Jamal Khashoggi" e "fez chegar suas condolências à família e amigos" do jornalista". Ele também pediu uma investigação "exaustiva e transparente" sobre as circunstâncias da morte.

Khashoggi, que estava exilado nos Estados Unidos após uma onda de detenções em setembro de 2017 no reino saudita, era um severo crítico dos "excessos" do príncipe Mohamed.

Reação turca

A Turquia prometeu neste sábado que revelará todos os detalhes sobre a morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi, depois que a Arábia Saudita admitiu que ele faleceu no consulado do país em Istambul. "A Turquia revelará o que aconteceu. Ninguém deve duvidar disso", afirmou Omer Celik, porta-voz do Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP), segundo a agência de notícias Anadolu. Celik destacou que a Turquia tem a "dívida de honra" de revelar o que aconteceu.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e altos funcionários do governo demonstraram muita cautela em relação ao caso. A polícia turca e promotores realizaram operações durante a semana tanto no consulado como na residência do cônsul saudita em Istambul. Funcionário da representação diplomática prestaram depoimento na sexta-feira como parte da investigação.

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