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Igreja Católica/ América Latina

Papa Francisco pune pedófilos e canoniza santos conservador e progressista

O papa anunciou neste sábado (13) a  expulsão da Igreja de outros dois bispos chilenos por abusos sexuais de menores, ao término de uma audiência privada no Vaticano com o presidente chileno, Sebastián Piñera, em um novo gesto para acabar com a pedofilia na Igreja.

O presidente do Chile, Sebastian Piñera, encontra o Papa Francisco durante uma audiência privada no Vaticano, em 13 de outubro de 2018.
O presidente do Chile, Sebastian Piñera, encontra o Papa Francisco durante uma audiência privada no Vaticano, em 13 de outubro de 2018. REUTERS/Alessandro Bianchi
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Os bispos Francisco José Cox Huneeis, arcebispo emérito de La Serena, e Marco Antonio Ordenes Fernández, arcebispo emérito de Iquique, receberam a maior punição da Igreja Católica "como resultado de atos manifestos de abuso de menores", afirmou a Santa Sé em um comunicado.

Os bispos foram "demitidos" do estado clerical "como resultado de atos manifestos de abuso de menores", afirmou a Santa Sé, citando um artigo específico no documento "Sacramentorum Santitatis Tutela".

A decisão foi adotada pelo papa na quinta-feira, 11 de outubro, e "não admite recurso", diz a nota indicando que os dois bispos foram informados em suas respectivas residências por seus superiores.

O anúncio feito por ocasião da visita do presidente chileno ao Vaticano foi interpretado como uma mensagem concreta de que o pontífice está determinado a aplicar com firmeza a "tolerância zero" contra a pedofilia.

Paulo VI

O papa Francisco canonizará no domingo (14) o papa italiano Paulo VI, o pontífice que condenou a pílula anticoncepcional, e o arcebispo salvadorenho Óscar Romero, emblema de uma Igreja comprometida com os pobres.

A cerimônia será realizada na Praça de São Pedro diante de milhares de pessoas, religiosos e autoridades dos dois continentes, entre eles 7.000 salvadorenhos que viajaram para a canonização de Romero (1917-1980), assassinado pelos esquadrões da morte enquanto presidia uma missa.

A canonização de Paulo VI, pontífice de 1963 a 1978, figura histórica do Concílio Vaticano II, que modernizou a Igreja e melhorou a má relação com o Judaísmo, marca um papa que entrou para a história por irritar conservadores e liberais.

Com suas reformas, incomodou os conservadores e depois os liberais por ter assinado em 1968 a polêmica encíclica Humane Vitae, que incluiu a proibição da pílula anticoncepcional, decisão que afastou muitos fiéis.

Oscar Romero

Por décadas acusado de ser marxista e próximo à Teologia da Libertação, o novo santo latino-americano, por sua vez, será venerado nos altares como um exemplo para os católicos de todo o mundo por sua denúncia das injustiças sociais e pela defesa dos direitos humanos.

"É um presente de Deus para o povo salvadorenho, que está sofrendo com tantos crimes da violência social", assegurou seu irmão, Gaspar Romero, que viajou a Roma para a cerimônia junto com outros sete familiares.

Os dois novos santos são figuras representativas da Igreja que o papa argentino impulsiona, "pobre para os pobres", aberta ao diálogo, mas também sem rótulos: nem progressista nem conservadora.

(Com informações da AFP)

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