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ONU/clima

Novo relatório da ONU sobre o clima confirma urgência de ações para diminuir emissões de CO2

O mundo precisa implantar “ações rápidas e sem precedentes” para limitar o aquecimento global a 1,5°, segundo um relatório publicado nesta segunda-feira (8) pelo GIEC, o Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre a Evolução do Clima da ONU (Organização das Nações Unidas).

Especialistas da ONU alertam para o risco de manter a temperatura da Terra elevada
Especialistas da ONU alertam para o risco de manter a temperatura da Terra elevada REUTERS/Aly Song/File Photo
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O documento de 400 páginas expõe os efeitos da mudança climática no planeta e os riscos futuros: ondas de calor, espécies extintas, desestabilização das calotas polares e aumento do nível dos oceanos a longo prazo. “Ultrapassar a temperatura de 1,5° implica na perda de alguns ecossistemas”, diz o co-presidente da sessão do grupo da ONU que reuniu representantes e pesquisadores de vários países na semana passada, em Incheon, na Coreia do Sul.

De acordo com o documento, se as emissões de gases poluentes não diminuírem, a temperatura de 1,5° será atingida entre 2030 e 2052. Os especialistas se basearam em mais de 6.000 estudos. Mesmo se os países respeitarem o compromisso assinado no acordo de Paris de 2015, no fim do século a temperatura média terrestre será de 3°. A única maneira de evitar esse cenário catastrófico, segundo os especialistas da ONU, seria obter uma queda de 45% das emissões de gás carbônico antes de 2030 e atingir, em 2050, a “neutralidade de carbono”.

Isso significa que seria necessário emitir menos carbono na atmosfera do que o homem possa extrair. O carbono, o gás e o petróleo são responsáveis por três quartos das emissões. O documento propõe diferentes ações combinadas para que os governos possam implantar suas políticas climáticas. “Os próximos anos serão os mais determinantes da nossa história”, diz a sul-africana Debra Roberts, que também presidiu o encontro.

Gestão permanente de crises

Para a especialista em clima Valérie Masson-Delmotte, “se não agirmos agora, vamos ter que gerenciar crises de forma permanentes”, disse. “Existem ações sendo implantadas, mas é preciso acelerá-las. A verdadeira questão é: as pessoas estão prontas para agir, e haverá vontade política coletiva?”, ressalta.

“Buscamos entender se as condições necessárias para limitar o aumento das temperaturas estavam reunidas”, declarou Jim Skea, do Imperial College de Londres. “A resposta é sim. As leis da Física e da Química permitem, assim como a tecnologia, a mudança dos modos de vida e os investimentos. Só não podemos responder se é possível fazer isso do ponto de vista político e institucional”, resume.

“Vamos conseguir mudar esse panorama a tempo? Ninguém sabe”, diz Kaisa Kosonen, responsável da ONG Greenpeace. “O que conta é que decidamos tentar e que isso seja nossa prioridade”, declara.

 

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