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Nobel/Paz

Ginecologista Denis Mukwege e ex-escrava sexual yazidi Nadia Murad ganham Nobel da Paz

O ginecologista congolês Denis Mukwege e a ex-escrava sexual iraquiana yazidi Nadia Murad são os vencedores do Prêmio Nobel da Paz de 2018 por seus "esforços para acabar com o uso da violência sexual como arma de guerra". O anúncio foi feito nesta quinta-feira (5) pelo comitê do prêmio Nobel.

Congolês Denis Mukwege e militante Yazidi Nadia Murad vencem Nobel da Paz
Congolês Denis Mukwege e militante Yazidi Nadia Murad vencem Nobel da Paz REUTERS/Lucas Jackson/Vincent Kessler/File photos
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Médico e vítima, respectivamente, Denis Mukwege e Nadia Murad encarnam uma causa planetária que supera o âmbito dos conflitos, como evidencia o movimento #MeToo, iniciado há exatamente um ano por revelações da imprensa sobre casos de abuso sexual.

“Os dois laureados contribuíram de maneira crucial para despertar a atenção para os crimes de guerra e para que eles sejam combatidos”, disse o comitê, ressaltando a luta dos premiados para colocar um fim na utilização da violência sexual como arma de guerra.

"Denis Mukwege e Nadia Murad arriscaram pessoalmente a vida deles contra os crimes de guerra e pedindo justiça às vítimas", declarou a presidente do comitê do Nobel, Berit Reiss-Andersen. “Um mundo mais pacífico só é possível se a segurança e os direitos fundamentais das mulheres sejam reconhecidos em tempos de guerra”, disse.

Denis Mukwege, 63 anos, ficou conhecido como o “homem que conserta as mulheres”. Ele dirige o hospital Panzi, em Bukavu, no oeste da República do Congo. O estabelecimento, que existe desde 1999, recebe milhares de mulheres, e muitas precisam ser operadas depois de serem vítimas de violência sexual.

Já a iraquiana Nadia Mourad, 25 anos, defende a minoria yazidi no Iraque. Ela também defende os refugiados e as mulheres em geral. Em 2014, ela foi violentada pelos ex-combatentes do grupo Estado Islâmico e transformada em escrava sexual.

Combate às violências sexuais

As Nações Unidas celebraram um anúncio “fantástico” que ajudará no avanço do combate contra as violências sexuais como arma de guerra nos conflitos. “É uma causa cara à ONU”, disse o porta-voz da ONU em Genebra, Alessandra Vellucci. No ano passado, o Nobel da Paz foi concedido à campanha internacional para a abolição das armas nucleares (ICAN) por ter contribuído à adoção de um tratado histórico de interdição da arma atômica.

Os laureados do prêmio vão receber uma medalha de ouro, um diploma e um cheque de 9 milhões de coroas suecas, o equivalente a € 865 mil euros (R$ 3.858 mil) Ele será entregue no dia 10 de dezembro em Oslo, data do aniversário da morte de seu fundador, o industrial sueco Alfred Nobel (1833-1896).

 

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