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França acusa Irã de ter planejado atentado e congela bens do ministério da Inteligência iraniano

A França acusou nesta terça-feira (2) o Irã de ter planejado um atentado na cidade de Villepinte, na região metropolitana de Paris, no dia 30 de junho de 2018. Em represália, dois iranianos e a Direção de Segurança Interna do ministério iraniano da Inteligência tiveram seus bens congelados.

O governo francês anunciou impor sanções à dois cidadãos iranianos assim como contra os serviços de inteligência deste país em retaliação a uma tentativa de atentado na cidade de Villepinte, Seine-Saint Denis.
O governo francês anunciou impor sanções à dois cidadãos iranianos assim como contra os serviços de inteligência deste país em retaliação a uma tentativa de atentado na cidade de Villepinte, Seine-Saint Denis. REUTERS/Amr Alfiky
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Em julho, uma tentativa de “atentado terrorista” contra uma manifestação da oposição do Irã em Villepinte, perto de Paris, foi evitada graças à prisão de um casal de origem iraniana que mantinha contato com Assedollah Assadi, diplomata do país detido na Alemanha. Ele deverá ser entregue à Justiça belga, conforme decisão do tribunal alemão desta segunda-feira (1).

“Esse ato de extrema gravidade no nosso território não poderia ficar sem resposta”, disseram em um comunicado comum os ministros franceses do Interior, Gérard Collomb, das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, e da Economia, Bruno Le Maire. “A França tomou decisões preventivas e adequadas sob a forma de medidas nacionais de congelamento de bens dos civis iranianos e da Direção de Segurança Interna do ministério da Inteligência do Irã”.

A medida é válida por seis meses e foi publicada nesta terça-feira no Jornal Oficial. Para Jean-Yves Le Drian, o “atentado desmantelado de Villepinte confirma a necessidade de um endurecimento nas relações com o Irã”. Teerã desmentiu toda e qualquer implicação no ato e acusou o partido da oposição, os Moujahidines do povo – suposto alvo da ação terrorista –, de ter armado toda a situação.

Tensões entre Paris e Teerã

A acusação de planejar um atentado só piora as relações entre os dois países, que já não eram as melhores. No começo de setembro, a República islâmica acusou as autoridades francesas de “reação lenta” após uma manifestação de militantes curdos diante da embaixada do Irã em Paris, cujos vidros foram depredados.

Além disso, de acordo com a agência de notícias Reuters, a França recomendou a seus diplomatas e representantes o adiamento de todas as viagens ao Irã, em razão dos “riscos de segurança” e das posições rígidas das autoridades iranianas após o desmantelamento do projeto de atentado.

A nomeação de um novo embaixador da França em Teerã, que substituiria François Sénémaud – escolhido para ser o representante pessoal do presidente francês Emmanuel Macron na Síria –, ficou, por sua vez, sem data para ocorrer. Teerã prometeu fornecer documentos que permitiriam aos dois países manter uma boa diplomacia, mas nada foi transmitido ao chefe de Estado francês durante seu encontro com o presidente iraniano Hassan Rohani, na semana passada, durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

O projeto de atentado de Villepinte também foi abordado por Jean-Yves Le Drian e pelo chefe da diplomacia iraniana, Mohammed Javad Zarif, no evento da ONU.

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