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Em Cúpula do Clima, relatório mostra esforços da sociedade americana contra menosprezo do governo

Um relatório publicado nesta quarta-feira (12) mostra que os esforços dos governos locais e das empresas americanas para reduzir as emissões de gás de efeito estufa podem permitir que os Estados Unidos consigam atingir seus objetivos neste assunto. As ações deles vão na contra-mão das decisões tomadas pelo presidente norte-americano Donald Trump, que, em junho de 2017, retirou o país do Acordo de Paris.

Cúpula Global de Ação pelo Clima que começou nesta quarta-feira (12) em São Francisco.
Cúpula Global de Ação pelo Clima que começou nesta quarta-feira (12) em São Francisco. Wikipedia
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"A administração Trump pode deixar de lado as ações sobre o clima, mas o resto do país, especialmente milhares de cidades, de estados e de empresas, vão levar a causa adiante", comenta Daniel Firger, porta-voz da fundação Bloomberg Philanthropies, que encomendou o relatório. Segundo os autores, as emissões americanas de gases de efeito estufa podem diminuir em 17% até 2025 em relação a 2005, se os 3.000 estados, cidades e empresas que se comprometeram no ano passado a reduzir suas emissões, mantiverem suas promessas.

O documento foi publicado durante a Cúpula Global de Ação pelo Clima que começou nesta quarta-feira em São Francisco. O encontro reúne governadores, prefeitos, diretores de empresas e organizações sociais para discutir o problema do aquecimento global, numa época em que o mundo toma consciência de que a ameaça da mudança climática já se torna realidade.

Cúpula Global de Ação pelo Clima

A Cúpula Global de Ação pelo Clima, que começará nesta quarta-feira (12) e dura três dias. Centenas de cidades, regiões e grandes empresas se comprometerão a adotar a energia solar ou eólica nas próximas décadas. O governador da Califórnia e anfitrião, Jerry Brown, que começou sua militância pelas energias limpas na década de 70, deu o exemplo na segunda-feira (10) ao aprovar uma legislação de referência, que obriga o estado a eliminar o dióxido de carbono de sua rede elétrica até 2045. "Temos a oportunidade e a obrigação de fazer nossa parte para lutar contra as mudanças climáticas", afirmou ele horas antes de transformar o projeto em lei.

Grandes industriais de economias emergentes, como a empresa de cimento UltraTech Cement e a fabricante de veículos Mahindra na Índia, junto com a multinacional química sul-africana Sasol, também aderiram à iniciativa pelas energias limpas. Cidades importantes podem anunciar uma diminuição nas emissões de gases de efeito estufa, e os governadores divulgarão alianças para fortalecer os esforços para administrar de forma sustentável as florestas tropicais densas em carbono. "Esta cúpula vai ser uma vitrine para o mundo todo em termos de ação climática", disse Ethan Elkind, chefe do programa sobre o clima do Centro de Direito, Energia e Meio Ambiente da Universidade da Califórnia, Berkeley.

Iniciativas locais, mas poucos compromissos nacionais

Até o momento, a soma de todas as iniciativas locais de redução de emissões de carbono mostra um "potencial alentador", mas não foram alcançados compromissos mais profundos por parte dos governos nacionais, disse na segunda-feira Erik Solheim, chefe da ONU para o Meio Ambiente.

Depois de permanecerem estáveis por três anos, gerando esperanças de ter atingido seu ponto mais alto, as emissões de dióxido de carbono voltaram a crescer em 2017 até níveis sem precedentes. "Se não conseguirmos mudar a tendência para 2020, corremos o risco de perder o ponto no qual podemos evitar a mudança climática descontrolada", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em um discurso na segunda-feira, no qual advertiu sobre um "futuro obscuro e perigoso".

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