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Cúpula do G7 começa em clima de tensão e sem previsão de acordo entre países

As previsões quanto a cúpula do G7, que começou nesta sexta-feira (8), não indicam um fim diplomático. De acordo com vários responsáveis do evento, é “fortemente improvável” que um acordo seja adotado, levando em conta a ausência de um consenso entre as nações. O encontro, que reúne os sete países mais industrializados do mundo, acontece sob clima de grande tensão com a ameaça de uma guerra comercial mundial causada pela política unilateralista do presidente americano Donald Trump.

Donald Trump em Washington antes de decolar para a reunião do G7
Donald Trump em Washington antes de decolar para a reunião do G7 REUTERS/Kevin Lamarque
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Representantes da França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Japão, Estados Unidos e Canadá se reuniram hoje na cidade canadense de La Malbaie para o esperado G7. Dentro de um contexto conflituoso, com ameaças e provocações de Donald Trump, as previsões apontam para uma discordância entre os países. A ausência de equilíbrio entre as opiniões, sobretudo com relação ao mercado, deve impedir, de acordo com organizadores da cúpula, a assinatura de um documento comum no sábado (9).

A lista de temas a serem abordados durante a cúpula inclui a poluição por plástico, a educação de meninas ou a luta contra influências estrangeiras em processos democráticos. Questionada pela imprensa, Angela Merkel declarou que “não podia dizer, a esse ponto, se um documento em comum será assinado ou não”, acrescentando em seguida que “isso seria uma prova da honestidade” dos dirigentes que não puderam entrar em um acordo.

Durante uma conferência de imprensa em comum na quinta-feira (8) com o primeiro-ministro canadense e anfitrião da cúpula Justin Trudeau, o presidente francês Emmanuel Macron disse que “uma declaração comum não era o objetivo prioritário da reunião”. “Nosso desejo, em primeiro lugar, é encontrar um texto que será assinado por todos, mas acho que cometeríamos um erro ao dizer que estamos prontos para renunciar a tudo, como o Acordo de Paris sobre o clima ou o comércio estável, somente para obter sete assinantes”, afirmou.

G7: a cúpula de Trump

O presidente americano Donald Trump foi o último a chegar no Canadá, mas será o primeiro a ir embora no sábado – o chefe de Estado não escondeu seu desinteresse pelo G7, dizendo-se mais preocupado com seu encontro com o líder norte-coreano Kim Jong Un, previsto para a semana que vem.

Trump provocou o restante dos dirigentes ao propor um pouco mais cedo um retorno da Rússia, que foi desligada da cúpula em 2014 após a anexação da Crimeia. “Eles expulsaram a Rússia, então eles deviam reintegrá-la. Devemos tê-la na mesa de negociações”, disse, pouco antes de deixar Washington.

A sugestão de Trump semeou um pequeno conflito, ao receber apoio do primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte, mas os dirigentes chegaram logo a uma resolução e se opuseram por unanimidade ao retorno da Rússia, ainda que tenham se mantido abertos ao diálogo com Vladimir Putin.

Essa é a primeira reunião de Donald Trump desde que ele declarou guerra comercial ao aumentar o preço do aço e do alumínio. Emmanuel Macron e os outros dirigentes do G7 pretendem convencê-lo a não tomar atitudes similares em outros setores da indústria, ainda que o diálogo pareça difícil. “A união europeia nos trata mal, o Canadá também”, disse Trump em um tuíte.

Cerca de cem manifestantes anti-capitalistas tentaram bloquear uma rodovia no Quebec, mas as forças de ordem agiram logo em seguida. Outras manifestações estão previstas a 140km de La Malbaie. O suspense diplomático envolvendo a tradicional declaração final da cúpula será quebrado no sábado e, caso nenhum texto seja assinado pelos dirigentes, o fim da reunião marcará mais uma vitória de Donald Trump.

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