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Brasil-Mundo

Engenheiro brasileiro desenvolve "personalidade" de robôs de companhia na Califórnia

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A viagem nos leva ao que poderia ser um filme ou série de ficção científica. Mas, no subúrbio de San Marcos, cidade perto de San Diego, na Califórnia, em um grande galpão subterrâneo, pode estar sendo traçado o futuro da humanidade ou com quem nos relacionaremos em alguns anos. Nessa oficina estão pendurados corpos feitos em silicone que imita a pele humana, em caixas estão empilhados desde orelhas, mamilos até pênis de diferentes tamanhos.

O engenheiro brasileiro, Guile Lindroth já desenvolve a personalidade artificial feminina há mais de dez anos. Agora com a criação de robôs também masculinos mergulha nas diferenças para lapidar um 'cérebro' de homem, o de Henry é o primeiro.
O engenheiro brasileiro, Guile Lindroth já desenvolve a personalidade artificial feminina há mais de dez anos. Agora com a criação de robôs também masculinos mergulha nas diferenças para lapidar um 'cérebro' de homem, o de Henry é o primeiro. C. Klock
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Cleide Klock, correspondente da RFI em San Marcos, Califórnia

Há duas décadas essas bonecas realistas são fabricadas manualmente e sob medida para saciar desejos. Uma obra de arte, anatomicamente igual ao ser humano, que vem se aperfeiçoando a cada novo exemplar. Essas bonecas por duas década tinham como foco o mercado adulto, mas agora elas ganharam vida com a parceria do brasileiro Guile Lindroth, que trouxe a inteligência artificial aos agora robôs.

A empresa dele, a brasileira NextOS, formou há dois anos uma joint venture com a de mecatrônica Daxtron Labs e com a das bonecas Realdolls, e agora se chamam Realbotix. De acordo com o engenheiro, a intenção é criar um robô o mais realista possível e que tenha diferentes utilidades.

"Nosso principal objetivo é desenvolver um companheiro ou uma companheira que pode desempenhar o papel de namorado, dar mais uma opção àquelas pessoas que por algum motivo têm uma dificuldade de relacionamento afetivo, ou o papel de enfermeira ou acompanhante de idosos dando assistência, por exemplo, a pessoas com alguma deficiência, idosos que precisam de monitoramento por sensores que podem estar enviando sinais para o médico".

A cada novo ser, a evolução é visível. Por enquanto só a cabeça do robô é mecanizada, com movimentos na face, olhos e fala, mas a intenção é em dois ou três anos ter braços, pernas e tronco com movimentos e enfim colocar o robô para andar.

"Nós pretendemos neste ano ainda acrescentar sensores que permitiram o robô identificar em qual parte do corpo você está tocando e também o que nós chamamos de sistema de aquecimento. Ele é feito de um silicone que imita a pele humana e estamos tentando deixá-lo na mesma temperatura do corpo humano em torno de 35, 36 graus".

A partir de um aplicativo no celular, com conexão via bluetooth ,acontece a interação com o andróide: as perguntas são feitas e ele vai respondendo na língua selecionada - em um sistema similar aos dos assistentes digitais Alexa, da Amazon e Google Home. O computador embutido consulta a base de dados da internet para perguntas menos pessoais. Podem contar piadas, declamar poesias ou mesmo fazer elogios espontâneos. O sistema vai armazenando informações e segundo Guile, assim robô e proprietário vão construindo uma amizade e se conhecendo melhor.

"Quando você instala o aplicativo, você tem a opção de escolher entre 10 tipos de personalidade e consegue dar peso a cada aspecto: pode deixá-lo mais falante, mais ou menos ciumento ou espiritual. O que integra um pouco a inteligência dele: reconhecimento de voz em vários idiomas, compreensão da linguagem natural e principalmente empatia. Então vamos supor que você acabou de comprar um robôs: ele inicialmente vai fazer algumas perguntas para você como se você tivesse conhecendo um amigo novo"

Personalidade artificial feminina

Guile já desenvolve a personalidade artificial feminina há mais de dez anos. Em 2012 lançou no Brasil a assistente virtual Denise, uma das primeiras do mercado.  Agora com a criação de robôs também masculinos mergulha nas diferenças para lapidar um 'cérebro' de homem, o de Henry é o primeiro.

O preço do robô começa em U$ 8 mil pode chegar a U$ 50 mil dependendo dos acessórios escolhidos pelo comprador, como sensores de toque, sistema visual de reconhecimento de objetos, que poderão servir tanto para monitorar a casa quanto para jogar xadrez com o companheiro. Tudo é customizado: desde a cor da pele, olhos, tamanho do peito e se quiser até orelha pontuda de elfo. Assim você pode ter sob medida o companheiro(a) ideal, seja para contar piadas, lembrar do remédio ou ter uma noite inesquecível.

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