Israel cometeu crimes de guerra em Gaza? Missão da ONU vai averiguar
O Conselho de Direitos Humanos da ONU votou nesta sexta-feira (18) o envio de uma missão internacional sobre crimes de guerra em Gaza, após a violenta repressão israelense aos protestos palestinos na fronteira desta segunda-feira (14), quando cerca de 60 palestinos foram mortos.
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Aprovada por 29 votos a favor, 2 votos contra e 14 abstenções, a resolução pede "o envio urgente de uma comissão internacional independente para investigar todas as supostas violações e abusos no contexto de operações militares de grande escala contra os protestos civis, que começaram em 30 de março de 2018".
Os Estados Unidos e a Austrália votaram contra a resolução e, entre os que se abstiveram, estavam Grã-Bretanha, Suíça e Alemanha. Israel rejeitou a decisão do Conselho de Direitos Humanos, “que prova mais uma vez que se trata de um organismo majoritariamente anti-israelense dominado pela hipocrisia e pelo absurdo", reagiu o Ministério israelense das Relações Exteriores em um comunicado.
Mais de 100 palestinos mortos
Desde o início dos protestos palestinos em 30 de março, mais de 100 moradores de Gaza morreram e milhares ficaram feridos. Somente na segunda-feira (14), quando os manifestantes se aproximaram da barreira de segurança na fronteira com Israel para protestar contra a transferência da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém, mais de 60 pessoas foram mortas pelos tiros de agentes israelenses.
Na abertura dos debates, o chefe do Conselho de Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, criticou o uso "totalmente desproporcional" da força. "Ninguém está mais seguro depois dos terríveis acontecimentos desta semana", reclamou.
Zeid lembrou que "muitos dos feridos e mortos" na segunda-feira "estavam completamente desarmados e foram baleados nas costas e no peito, na cabeça e nos membros inferiores" com munição real.
Apesar de "alguns manifestantes terem atirado coquetéis molotov, usado estilingues para atirar pedras (...) e tentado cortar as duas cercas de arame entre Gaza e Israel", isso "não parece representar uma ameaça iminente de morte, ou lesão grave", que pudesse justificar o uso de força letal, alegou.
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