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Nicolás Maduro / Crise / Migrantes

Maduro nega crise migratória na Venezuela e diz que país está “em ordem”

Em entrevista exclusiva a France24, canal de televisão do mesmo grupo da RFI (France Médias Monde), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro falou sobre a falta de reconhecimento internacional para as próximas eleições, negou a crise humanitária e migratória em seu país e acusou seus vizinhos latino-americanos de tramar “uma campanha contra a Venezuela”.

O presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, durante entrevista para o canal de televisão France 24.
O presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, durante entrevista para o canal de televisão France 24. Captura de vídeo
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Com informações da France24.

No dia 20 de maio, cerca de 20 milhões de venezuelanos estão convocados para participar das eleições presidenciais. O evento, entretanto, tem recebido pouca atenção da comunidade internacional.

Nicolás Maduro, o herdeiro de Hugo Chavez, busca sua reeleição numa disputa da qual sua principal oposição, representada pelo partido Mesa da Unidade Democrática (MUD), não participará. Questionado sobre as declarações dos EUA e de países vizinhos de que está na hora de uma mudança de governo, Maduro afirma que “estão tentando criar uma pressão e que isso não é novidade. São ameaças inaceitáveis, a Venezuela é um país cuja democracia é impecável”.

Campanha de difamação

O chefe de Estado sustentou que várias administrações (Clinton, Bush, Obama e Trump) tem demonstrado que o “objetivo da política norte-americana com relação à revolução bolivariana é descartá-la, submetê-la a pressões e buscar uma mudança de governo”. Maduro chamou o governo de Trump de “KKK de Washinton”.

Ao contrário do presidente boliviano Evo Morales, Maduro não teme uma intervenção militar. “As condições geopolíticas e as fortalezas da revolução bolivariana tornam inviáveis quaisquer alternativas nesse sentido”, afirmou. “Não atuamos segundo o medo, mas segundo certezas.”

Quando o assunto foram as acusações de dinheiro recebido da construtora Odebrecht para a campanha eleitoral de 2013, Maduro afirma que “se tem algo do qual não podem me chamar é corrupto e bandido. Não preciso, nem nunca precisarei do dinheiro da Odebrecht”, ressalta.

“Nunca houve e nunca haverá uma crise migratória”

De acordo com dados do FMI, a inflação na Venezuela chegou a 13.000%. Ainda que Maduro aceite, com ressalvas, a crise econômica inegável que assola o país, ele nega, por outro lado, os conflitos humanitários.

Para o chefe de Estado, a epidemia de sarampo é uma mentira e a Colômbia está pior que a Venezuela em termos de abastecimento. “Temos mantido o nível de alimentação necessário para a população”, declarou.

Outro tema sensível para o Maduro – que ele insiste em desmentir – é a crise migratória. De acordo com o presidente colombiano, cerca de 1.500.000 venezuelanos atravessaram a fronteira para buscar refúgio na Colômbia. “Faz parte da campanha permanente contra a Venezuela, é uma invenção.”

Para o chefe de Estado, a situação da Venezuela é “como a de qualquer país do mundo” e sustenta que em sua nação “nunca houve e nunca haverá” uma crise migratória.

“A Venezuela tem uma ordem, um rumo, um projeto de país. Um conjunto de avanços, uma esperança na construção de uma nova sociedade alternativa ao capitalismo neoliberal que foi imposto ao mundo inteiro”, declarou Maduro.

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