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Conflito/Síria

Sem EUA, Rússia, Irã e Turquia querem “cessar-fogo definitivo” na Síria

Rússia, Irã e Turquia se comprometeram nesta quarta-feira (4), em uma cúpula em Ancara, a trabalhar em prol de um cessar-fogo duradouro na Síria, segundo comunicado oficial divulgado ao término da reunião.

Recep Tayyip Erdogan (Turquia), Vladimir Putin (Rússia) e Hassan Rohani (Irã), reuniram-se para tentar avançar numa solução para a guerra que a arrasa a Síria, em 4 de abril de 2018.
Recep Tayyip Erdogan (Turquia), Vladimir Putin (Rússia) e Hassan Rohani (Irã), reuniram-se para tentar avançar numa solução para a guerra que a arrasa a Síria, em 4 de abril de 2018. REUTERS/Umit Bektas
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Seus respectivos presidentes, Recep Tayyip Erdogan (Turquia), Vladimir Putin (Rússia) e Hassan Rohani (Irã), reuniram-se para tentar avançar numa solução para a guerra que a arrasa a Síria, num momento em que os Estados Unidos semeiam dúvidas sobre uma possível retirada de suas tropas.

O presidente norte-americano Donald Trump expressou em várias ocasiões nos últimos dias sua intenção de retirar os cerca de 2 mil soldados mobilizados na Síria para lutar contra o grupo Estado Islâmico (EI). O diretor da Inteligência norte-americana, Dan Coates, anunciou nesta quarta (4) que seu governo chegou a uma decisão sobre o fim de sua presença militar na Síria, e fará o anúncio oficial em breve.

Em um comunicado publicado após a cúpula em Ancara, os três líderes "reafirmaram sua determinação em cooperar ativamente na Síria visando a obter um cessar-fogo duradouro entre as partes do conflito". Também ressaltaram sua vontade de "acelerar os esforços para garantir a calma no terreno e proteger os civis nas zonas de distensão, e facilitar um acesso rápido da ajuda humanitárias nessas áreas".

Os novos donos do tabuleiro na Síria

Turquia, Rússia e Irã tornaram-se os donos do tabuleiro que é a Síria, um país devastado pela guerra, diante da irrelevância política de Washington e de seus aliados. Em janeiro de 2017, esses três países lançaram o processo de Astana, sem os Estados Unidos, competindo, assim, com outras negociações patrocinadas pela ONU.

Esse processo permitiu chegar a um acordo sobre a criação na Síria de quatro "zonas de distensão" que reduziu a violência em alguns setores. A busca de uma solução para o conflito sírio se encontra paralisada, porém, devido aos interesses contraditórios de Moscou e Teerã, que apoiam o governo sírio, e Ancara, que apoia os rebeldes.

Durante coletiva de imprensa após a cúpula, Putin denunciou a falta de ação da comunidade internacional. "Ninguém faz nada, a não ser Irã, Turquia e Síria", ressaltou. "Vemos pequenas entregas de ajuda humanitária pela ONU, mas isso não é suficiente", apontou o presidente russo.

Erdogan, por sua vez, enfatizou as operações militares realizadas pela Turquia no norte da Síria contra a milícia curda das Unidades de Proteção do Povo (YPG), considerada terrorista por Ancara, mas aliada de Washington na luta contra o EI. "Nós não vamos parar até que tenhamos limpado essas regiões, especialmente Manbij", disse ele, referindo-se a esta cidade estratégica do norte da Síria, onde soldados americanos estão posicionados ao lado das YPG.

Rohani, cujo país apoia ativamente o presidente sírio Bashar al-Assad, disse que "o futuro da Síria [pertence] aos sírios".

O último encontro dos três líderes sobre a Síria foi em 22 de novembro em Sochi. Segundo o comunicado da cúpula, uma terceira reunião será realizada em Teerã, em data ainda não definida.

(Com informações da AFP)

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