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Violência

Israel rejeita apelo por investigação sobre morte de 16 palestinos em Gaza

O ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, rejeitou neste domingo (1°) os apelos da comunidade internacional para investigar o excesso de violência do exército do país. Na sexta-feira (30), 16 palestinos foram abatidos a tiros por soldados israelenses na Faixa de Gaza. 

Manifestantes retiram palestino ferido em confrontos com exército israelense na Faixa de Gaza no sábado (31).
Manifestantes retiram palestino ferido em confrontos com exército israelense na Faixa de Gaza no sábado (31). REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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"Os soldados israelenses fizeram o que era necessário. Acho que eles merecem uma medalha", declarou Lieberman. Já sobre a possibilidade de uma investigação sobre o incidente, o ministro da Defesa foi categórico: "não acontecerá".

Já o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse em comunicado que "Israel age de maneira firme e com determinação para proteger sua soberania e a segurança de seus cidadãos". "Parabéns a nossos soldados!", reiterou. 

Na sexta-feira, 16 palestinos foram mortos e mais de 1.400 foram feridos em confrontos com o exército de Israel, na fronteira do país com a Faixa de Gaza. Os moradores do enclave realizam um movimento de protesto, que deve durar seis semanas, pelo direito de retorno dos refugiados palestinos a Israel e contra o bloqueio que o país impõe à Gaza.

Comunidade internacional condena excesso de violência

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, além de Ongs de defesa dos Direitos Humanos, como a Anistia Internacional, exigem explicações sobre o incidente. Já os Estados Unidos bloqueram no sábado (31) um projeto de declaração no Conselho de Segurança da ONU que previa pedir uma investigação sobre as violências. 

"Há o temor de que a situação piore nos próximos dias", advertiu Taye-Brook Zerihoun, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Políticos, que pediu contenção máxima das violências.

Além do Kuwait, que representa os países árabes do Conselho de Segurança e que pediu a realização de uma reunião de emergência na sexta-feira sobre a questão, outros países condenaram o excesso de violência. O Irã, inimigo histórico de Israel, classificou o episódio como "um massacre selvagem de palestinos". Já o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan disse que "condena a administração israelense por esse ataque desumano" e declarou que Netanyahu é "um terrorista".

O papa Francisco também fez um apelo "pela paz na Terra Santa" em sua bênção Urbi et Orbi, após a missa de Páscoa, neste domingo, no Vaticano. Segundo ele, "o conflito não poupa pessoas sem defesa", em uma clara alusão aos palestinos. 

Vítimas são enterradas 

Milhares de moradores de Gaza compareceram no sábado aos funerais dos palestinos mortos pelo exército israelense. Cinco vítimas eram membros do Hamas, que participavam das "manifestações populares ao lado do seu povo", afirmou o braço armado do movimento islamita que controla a Faixa de Gaza. 

O presidente palestino, Mahmud Abbas, decretou um dia de luto nacional no sábado e responsabilizou Israel pelas mortes. "O grande número de mártires e de pessoas feridas nas manifestações populares e pacíficas demonstra que a comunidade internacional deve intervir para garantir a proteção do povo palestino", disse. 

Apesar do sentimento de revolta, apenas algumas centenas de manifestantes retornaram neste sábado às proximidades da fronteira com Israel, para dar prosseguimento ao movimento de protesto. Novos confrontos entre os soldados israelenses e os militantes palestinos foram registrados, deixando cerca de 70 mortos. 

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