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Diplomacia

Em represália, Rússia expulsa mais dois diplomatas europeus

A Rússia decidiu nesta sexta-feira (30) expulsar dois diplomatas holandeses em represália à expulsão do mesmo número de diplomatas russos da Holanda. As represálias mútuas são consequência do caso de envenenamento do ex-espião Serguei Skripal e da sua filha, ocorrido na Grã-Bretanha.

250 poliicias britânicos buscam traços do veneno utilizado contra o ex-espião russo e sua filha.
250 poliicias britânicos buscam traços do veneno utilizado contra o ex-espião russo e sua filha. REUTERS/Peter Nicholls
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A Rússia convocou nesta sexta-feira os embaixadores de nove países da União Europeia (Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Letônia, Lituânia, Polônia, República Tcheca e Eslováquia) ao ministério das Relações Exteriores para comunicar as medidas de represália adotadas após as expulsões de diplomatas russos pelo envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal no Reino Unido.

Algumas horas antes, o Kremlin afirmou que a Rússia não foi a responsável por iniciar uma guerra diplomática, após a decisão de Moscou de expulsar 60 diplomatas americanos em represália por uma expulsão similar decidida por Washington.

Reciprocidade diplomática

O ministro russo acrescentou que a Rússia está reagindo a "medidas absolutamente inaceitáveis, tomadas sob grande pressão dos Estados Unidos e Grã-Bretanha sob o pretexto do denominado caso Skripal".

Moscou já havia expulsado 23 diplomatas britânicos e cessado as atividades do British Council na Rússia.

Até agora, cerca de 30 países ocidentais anunciaram a expulsão de mais de 140 funcionários de missões diplomáticas russas por causa do escândalo do envenenamento do ex-espião Serguei Skripal em 4 de março na cidade britânica de Salisbury. Enquanto Skripal permanece em estado grave, sua filha Yulia, que também foi envenenada, recupera-se rapidamente, segundo informações do hospital onde ambos estão sendo tratados.

Rússia suspeita

As autoridades britânicas responsabilizaram o governo russo pelo envenenamento de Skripal, mas Moscou nega qualquer envolvimento no ataque.

O ataque de Salisbury é considerado o primeiro uso de uma arma química na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

A terceira vítima, Nick Bailey, recebeu alta na última quinta-feira. Ele foi o primeiro policial a intervir para auxiliar Serguei Skripal e sua filha quando estavam inconscientes em um banco da praça.

Segundo os investigadores, o pai e a filha entraram em contato pela primeira vez com o agente tóxico na residência do ex-espião.

"Por enquanto os especialistas identificaram os níveis de concentração mais altos do agente neurotóxico na porta de entrada da residência em Salisbury", disse a Polícia Metropolitana de Londres na quarta-feira.

A investigação pode levar meses e se concentrará no domicílio de Serguei Skripal e seus arredores.

O ex-espião e o mundo

Skripal, um coronel russo que passou informação para os serviços secretos britânicos, foi descoberto e detido na Rússia, mas se beneficiou de uma troca de espiões no aeroporto de Viena em 2010, passando a viver no Reino Unido desde então.

A investigação sobre o envenenamento de Salisbury é uma das mais complexas já tratadas pelos serviços antiterroristas e pelos 250 especialistas que estão tentando elucidar o caso.

Na semana passada, um juiz britânico autorizou a coleta de sangue do ex-espião russo e de sua filha para que a amostra seja analisada pelos especialistas em armas químicas, anunciaram fontes judiciais.

Uma corte de Londres teve de dar sua permissão para as amostras destinadas à Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), porque a gravidade do estado de Serguei Skripal e de sua filha Yulia lhes impedia de dar seu consentimento.

Tanto a Rússia quanto o Reino Unido pertencem à Opaq, que tem como missão eliminar todo o tipo de arma química.

Com agência AFP

 

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