Bombardeios adiam novamente entrada de ajuda humanitária em Guta Oriental
A entrada de um comboio de ajuda humanitária prevista para esta quinta-feira (8) no reduto rebelde de Guta Oriental foi adiada por motivos de segurança. Os caminhões não puderam entrar na região da periferia de Damasco pois o governo sírio continua sua ofensiva terrestre e os bombardeios.
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Apesar do apelo da ONU por uma trégua, as forças sírias prosseguem com os ataques, com a intenção de dividir o território de Guta Oriental, onde quase 400 mil pessoas estão sitiadas desde 2013 e sofrem com a falta de alimentos e de remédios. As Nações Unidas e várias ONGs deveriam distribuir ajuda humanitária nesta quinta-feira, mas tiveram que mudar seus planos. "A evolução no local não permite levar a operação adiante", afirmou Ingy Sedky, porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
Os caminhões do comboio permaneceram estacionados na periferia de Damasco, perto de um corredor humanitário que vai até o reduto rebelde. Na segunda-feira (5), um comboio de 40 caminhões com ajuda humanitária foi obrigado a encurtar sua missão por causa dos bombardeios em Duma, cidade de Guta. A princípio, a ajuda médica e os alimentos deveriam atender 70 mil pessoas.
O governo de Bashar al-Assad ignora os pedidos e continua com a ofensiva, apesar da resolução do Conselho de Segurança do fim de fevereiro que pede um cessar-fogo de 30 dias em toda a Síria, país em que a guerra iniciada em 2011 deixou mais de 340.000 mortos. Apoiado pela Rússia, o regime de Damasco reconquistou mais da metade da região desde que intensificou a ofensiva, em 18 de fevereiro, contra o último bastião rebelde próximo da capital do país.
Moradores estariam sendo asfixiados
Na quarta-feira à noite (7), pelo menos 60 pessoas sofreram dificuldades respiratórias nas localidades de Saqba e Hamuriya, após os bombardeios, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Casos de asfixia similares foram registrados em outras duas ocasiões nos últimos dias, segundo a ONG.
Nas últimas semanas, o governo sírio foi acusado de lançar vários ataques com gás cloro. As acusações, rejeitadas por Bashar al-Assad, provocaram uma grande comoção. Washington e Paris ameaçaram a Síria com represálias.
Mais de 900 civis morreram nos bombardeios das últimas semanas, de acordo com o OSDH.
(Com informações da AFP)
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