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Israel/Palestina

Embaixada dos EUA será transferida para Jerusalém no 70° aniversário de Israel

A Embaixada dos Estados Unidos em Israel será transferida oficialmente de Tel Aviv para Jerusalém em maio de 2018, para coincidir com o 70º aniversário da criação do Estado judeu, segundo anunciou nesta sexta-feira (23) o porta-voz da diplomacia norte-americana, Heather Nauert. Palestinos consideram a escolha da data uma “provocação”. 

Bandeira israelense na antiga cidade de Jerusalém, em 6 de dezembro de 2017.
Bandeira israelense na antiga cidade de Jerusalém, em 6 de dezembro de 2017. REUTERS/Ammar Awad/File Photo
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"Estamos muito satisfeitos em dar este passo histórico, e estamos ansiosos para a abertura [da embaixada norte-americana em Jerusalém] em maio", acrescentou Nauert em um comunicado nesta sexta-feira (23).

A decisão aparece como uma manifestação de apoio da Casa Branca a Israel e coloca ainda mais em xeque o papel de Washington como mediador no conflito israelo-palestino. No entanto, a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, disse na quinta-feira (22) que o novo plano de paz norte-americano para acabar com o conflito logo estaria pronto.

Palestinos lembram anualmente a proclamação do Estado de Israel em 14 de maio de 1948, como a "Nakba" ("catástrofe" em árabe), sinônimo de êxodo de centenas de milhares de pessoas, despejadas nas estradas durante a primeira guerra árabe-israelense que se seguiu à criação de Israel.

"A coincidência com a data da Nakba é uma provocação para os árabes, muçulmanos e cristãos", disse o número dois da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat. "Com esta decisão, a administração Trump, eventualmente, isolar-se completamente e se torna parte do problema em vez da solução", acrescentou ele, reiterando que a presença da Embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém "viola o direito internacional".

A data é duplamente simbólica porque 13 de maio é comemorado em Israel como Dia de Jerusalém, comemorando a "reunificação" da cidade após a captura de Jerusalém Oriental em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias. Após a anexação de Jerusalém Oriental, a parte palestina da cidade, Israel declarou a cidade inteira como sua capital "eterna e indivisível", mas a comunidade internacional nunca reconheceu Jerusalém como capital de Israel e considera Jerusalém Oriental como um território ocupado.

Mais rápido do que o esperado

O processo de mudança ocorre muito mais rápido do que o previsto inicialmente. O chefe da diplomacia norte-americana, Rex Tillerson, havia dito em dezembro que a transferência não seria provavelmente realizada antes dos próximos dois anos, mas, no mês passado, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, falou de uma transferência "dentro de um ano".

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