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Corrupção/Israel

Polícia de Israel acusa premiê Benjamin Netanyahu de corrupção

Após um mês de investigações, a polícia de Israel afirmou nesta terça-feira (13) possuir elementos suficientes para recomendar ao Ministério Público um processo de corrupção contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, segundo a imprensa local. O premiê israelense, que foi interrogado em diversas ocasiões desde o início de 2017, nega todas as acusações.

O premiê israelense Benjamin Netanyahu durante pronunciamento na televisão em 13 de fevereiro de 2018.
O premiê israelense Benjamin Netanyahu durante pronunciamento na televisão em 13 de fevereiro de 2018. Israeli Pool/via REUTERS
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O primeiro caso investigado pela polícia israelense refere-se a supostos presentes oferecidos por empresários ao chefe do governo de Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O segundo está relacionado a conversas que Netanyahu teria tido com um dono de um jornal israelense, Noni Mozes, que é um dos seus inimigos jurados e possui o diário Yedioth Ahronoth. A conversa teria abordado a ideia de limitar a concorrência no setor da mídia em troca de uma cobertura mais favorável ao primeiro-ministro.

"A polícia concluiu que havia provas suficientes contra o primeiro ministro para acusá-lo por aceitar subornos, fraude e quebra de confiança”, afirmaram as autoridades policiais em um comunicado.

Em um discurso televisionado, Benjamin Netanyahu denunciou “acusações infundadas”. "Eu continuarei a liderar Israel com lealdade e responsabilidade ", acrescentou. "Essa recomendação não tem valor legal em um país democrático", disse o premiê, descartando todas as acusações policiais. Durante a investigação, ele repetiu a mesma fórmula: "Nada acontecerá porque nada aconteceu".

A polícia só pode emitir recomendações neste caso. A decisão de acusar formalmente ou não o primeiro-ministro deve ser tomada pelo procurador-geral Avishai Mandelblit, que pode levar várias semanas ou meses para se pronunciar.

Recorde de mandatos

À frente do governo israelense desde 2009, após um primeiro mandato entre 1996 e 1999, Netanyahu passou onze anos no poder. Sem rival aparente, ele quebrará o recorde de longevidade do histórico David Ben Gurion, fundador do Estado de Israel, se a atual legislatura chegar ao fim, em novembro de 2019.

O ministro da Justiça israelense, Ayelet Shaked, já afirmou que um primeiro-ministro oficialmente acusado não é obrigado a renunciar. Quando um primeiro ministro é indiciado, ele só precisa se demitir quando todos os recursos contra sua acusação estiverem esgotados, declarou o analista Ofer Kenig, do Israel Democracy Institute.

No entanto, a lei permite que o Parlamento inicie um procedimento especial contra o primeiro-ministro após a acusação e antes do esgotamento dos recursos, se o chefe do governo for culpado por “torpeza” moral, afirmou o especialista.

A Justiça israelense possui um histórico de agir com mão forte contra líderes importantes, condenados por corrupção. O antecessor e antigo opositor de Netanyahu, Ehud Olmert, que ficou no poder de 2006 a 2009, foi liberado em julho de 2017 após um ano e quatro meses de prisão por corrupção.

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