Irã descarta qualquer mudança no acordo nuclear após ultimato de Trump
Irã descartou neste sábado (13) qualquer modificação no acordo nuclear iraniano. A reação de Teerã acontece após o ultimato dado pelo presidente americano. Na sexta-feira (12), Donald Trump resolveu prorrogar a suspensão das sanções econômicas contra o Irã previstas no texto, mas advertiu que seria pela "última vez" se não houver um endurecimento das condições do pacto.
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"A República Islâmica do Irão não tomará nenhuma medida além de seus compromissos firmados no acordo nuclear; Não aceitará nenhuma modificação deste acordo, nem hoje, nem no futuro, e não permitirá vincular o acordo nuclear a outras questões", indicou em um comunicado o ministério das Relações Exteriores. O texto insiste que Teerã rejeita renegociar este tratado.
O chefe da diplomacia iraniana, Mohamad Javad Zarif, acusou na véspera o presidente Trump de tentar desesperadamente “sabotar” o acordo nuclear concluído em julho de 2015 entre o Irã e o grupo dos 5+1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia, mais a Alemanha).
Teerã acusa Washington de violar de maneira explícita três seções do pacto, incluindo o parágrafo 26 que pede que os Estados Unidos ajam "de boa fé” para apoiar o acordo e permita que o Irã possa se beneficiar da suspensão das sanções.
Novas sanções
O comunicado do ministério das Relações Exteriores denuncia ainda a política hostil do poder americano e critica novas sanções dirigidas contra cidadãos iranianos e estrangeiros.
Apesar de Trump ter prorrogado ontem a suspensão das sanções econômicas contra o Irã previstas do acordo nuclear, Washington decidiu impor novas sanções contra 14 grupos ou personalidades iranianas. Entre eles, o aiatolá Sadegh Amoli Larijani, chefe da autoridade judicial da República.
Teerã ameaçou hoje que responderá com firmeza a essa à decisão "que viola o direito internacional”.
Ultimato de Trump
Na sexta-feira, Trump deu 120 dias aos países europeus para endurecer as condições previstas no acordo nuclear iraniano, caso contrário os Estados Unidos vão se retirar pura e simplesmente do pacto. Esse é o prazo previsto para renovar novamente a suspensão das sanções contra o país.
Segundo a Casa Branca, o presidente americano quer negociar um novo tratado para substituir o atual. Teerã não participaria dessas discussões, como aconteceu em 2015, mas seria alvo de sanções americanas e europeias, se não cumprisse os termos do novo arranjo. Além da indústria nuclear, o programa de mísseis iraniano também seria visado.
Trump insiste em que o governo de seu antecessor, Barack Obama, fez concessões excessivas ao Irã, sem que o país suspendesse seu programa de mísseis e o apoio a grupos armados na região.
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