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Diplomacia

Macron visita a China em busca de uma aliança com Xi Jinping

A primeira visita de Estado do presidente francês, Emmanuel Macron, à China é a principal manchete da imprensa francesa nesta segunda-feira (8). O diário econômico Les Echos destaca que o reequilíbrio das trocas comerciais entre os dois países está no centro das preocupações.

O presidente francês chegou nesta segunda-feira (8) a Xian, antiga capital do Império do Meio, para a primeira etapa da visita de Estado de três dias à China.
O presidente francês chegou nesta segunda-feira (8) a Xian, antiga capital do Império do Meio, para a primeira etapa da visita de Estado de três dias à China. REUTERS/Jason Lee
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"A França registrou em 2017 um déficit comercial de € 30 bilhões em relação à China e Macron vai defender uma abertura maior do mercado chinês aos produtos franceses", sublinha o jornal.

Com a saída do Reino Unido da União Europeia e o atual cenário de incerteza política na Alemanha, o governo francês quer aproveitar a ocasião para encarnar os valores europeus ao lado do líder chinês Xi Jinping, que inicia um segundo mandato reforçado pelos poderes concedidos a ele no último Congresso do Partido Comunista Chinês.

Em entrevista ao Les Echos, a especialista em China Valérie Niquet diz que a relação franco-chinesa é marcada por sentimentos de "nostalgia e frustração". Do lado chinês, as autoridades costumam dizer que Pequim e Paris protagonizam uma relação modelo, ideal no mundo multipolar de hoje - com a França tentando "perturbar" a ordem defendida pelos Estados Unidos.

Os chineses acalentam a expectativa que a França vá escolher a China como seu principal parceiro asiático. Porém, na prática, Paris se outorga uma margem de manobra e tenta conservar relações com outras potências da região. Já a frustração é motivada pelo fato de os franceses lutarem para diminuir os desequilíbrios comerciais sem muito sucesso.  

Polo de estabilidade na Europa

De acordo com o jornal Le Figaro, a visita de Estado de três dias de Macron à China visa estabelecer uma relação pessoal entre os dois líderes, que vão discutir "orientações estratégicas de parceria global" em assuntos como a luta contra o aquecimento global, a crise norte-coreana, o combate ao terrorismo e as trocas comerciais entre as duas nações. A China tem buscado reforçar seu papel na governança mundial enquanto a França com Macron representa uma nova oferta política para os chineses na Europa, observa o diário conservador.

Entre uma Alemanha em dificuldades para formar um novo governo, um Reino Unido envolvido com o Brexit e uma Espanha estremecida pela situação na Catalunha, a França figura atualmente aos olhos da China como um polo de establidade. Reputado por ser um presidente pragmático e favorável aos negócios, Macron conta com uma avaliação favorável em Pequim, nota o jornal de esquerda Libération.

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