Acessar o conteúdo principal
Irã/ EUA

CIA nega estar por trás de protestos contra governo do Irã

O diretor da CIA, Mike Pompeo, negou neste domingo (7) que a agência de inteligência americana esteja envolvida nos protestos que agitaram o Irã na semana passada. O governo de Teerã acusa potências ocidentais, em especial os Estados Unidos, de orquestrarem o movimento de contestação.

Neste domingo, iranianos residentes na França protestaram em Paris contra o governo de Teerã.
Neste domingo, iranianos residentes na França protestaram em Paris contra o governo de Teerã. REUTERS/Gonzalo Fuentes
Publicidade

“É mentira. É o povo iraniano: eles gritaram, eles lançaram [o movimento] e o continuaram, para pedir melhores condições de vida e romper com o regime teocrático sob o qual eles vivem desde 1979 [ano da Revolução Islâmica]”, declarou Pompeo, ao canal Fox News.

Funcionários iranianos e o procurador-geral do país, Mohammad Jafar Montazeri, acusaram a CIA, Israel e a Arábia Saudita de manipularem os distúrbios que convulsionaram o país por cinco dias, como parte das crescentes tensões que existem entre o Irã e seus vizinhos, desde que o presidente Donald Trump chegou à Casa Branca. Desde o dia 28 de dezembro, 21 pessoas morreram nos protestos e cerca de 1.000 foram detidas pelas autoridades iranianas.

“O projeto para criar insegurança e problemas no Irã começou há quatro anos”, denunciou Montazeri, apontando “o responsável pelo Irã na CIA”, Michael D'Andrea, como o maior envolvido.

Parlamento se reúne para debater protestos

Neste domingo, o Parlamento iraniano se reuniu a portas fechadas em uma sessão especial sobre manifestações no país, em um momento em que são organizadas novas mobilizações de apoio ao governo em várias cidades. Os deputados tiveram uma audiência em particular com os ministros do Interior, Abdolreza Rahmani Fazli, da Inteligência, Mahmud Alavi, e o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional (CSSN), Ali Shamkhani, sobre as manifestações que degeneraram em episódios de violência em várias cidades do país, em protestos contra o custo de vida e o poder, segundo o site oficial do Majles (Assembleia Nacional).

Os protestos incluíram ataques a edifícios do governo e delegacias de polícia. Os Guardiães da Revolução, Exército de elite da República Islâmica, anunciaram na quarta-feira o "fim da sedição".

"Os responsáveis a cargo da segurança afirmaram que a maioria das pessoas detidas foi libertada", declarou Gholamreza Heydari, um deputado reformista de Teerã, citado no site oficial do Parlamento. Ao contrário, segundo o porta-voz da Polícia, "os principais responsáveis pelos distúrbios estão presos e nas mãos da Justiça".

"A reunião do Parlamento tratou principalmente sobre as condições de vida das pessoas, a situação econômica e o desemprego", declarou o deputado conservador Mohamad Reza Kashuie. Na sua opinião, "o inimigo tenta se infiltrar no país e as questões econômicas tiveram um papel importante nos protestos".

Desbloqueio de aplicativos

A questão das restrições impostas ao aplicativo de mensagens instantâneas Telegram, a rede social mais popular no Irã, durante a agitação também foi abordada. "Foi decidido tomar as medidas necessárias para a retirada da filtragem do Telegrama, mas isso depende do compromisso dos responsáveis por este aplicativo, posto que as ações dos inimigos da República Islâmica foram realizadas por meio do Telegram", declarou Behruz Nemati, porta-voz da presidência do Parlamento, após o fim da reunião.

O bloqueio da rede de compartilhamento de fotografias Instagram foi retirado no sábado, mas o Telegram, que conta com cerca de 25 milhões de usuários por dia, continua sofrendo restrições: o acesso é impossível de um celular, salvo se for utilizada uma rede privada virtual.

Com informações da AFP

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.