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Malásia

Malásia estuda projeto para “cura trans”

O estado de Terengganu, na Malásia, planeja um programa para encorajar os transexuais a retornar à "vida normal". As autoridades afirmam preocupação com os ativistas LGBTs no país que é predominantemente muçulmano conservador.

ONG denuncia discriminação "invasiva" contra comunidade LGBT no país
ONG denuncia discriminação "invasiva" contra comunidade LGBT no país Getty Images
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O projeto, ao qual a participação será voluntária, está previsto para entrar em vigor em 2018, uma vez que o censo sobre os transexuais foi concluído, disse à AFP Ghazali Taib, membro do conselho do governo de Terengganu.

Segundo informações do governo divulgadas neste sábado, a medida envolverá especialistas médicos, psicológicos e religiosos, bem como transsexuais que "voltaram a uma vida normal".

"Os transexuais fazem parte da nossa sociedade e eles são de nossa responsabilidade", acrescentou Taib. "No final, a escolha é deles, o governo não pretende forçá-los, nós lhes damos uma maneira de fazer as melhores escolhas para suas vidas".

Isolamento social

Um relatório de 2017 da organização de direitos humanos “Human Rights Watch” denunciou a discriminação "invasiva" contra lésbicas, gays, bisexuais e transgêneros (LGBTs) na Malásia, um país onde a sodomia é proibida e punível por prisão e castigo corporal.

Ativistas LGBTs condenaram o projeto. "Se você pedir a uma pessoa para não ser ela mesma, isso terá um efeito negativo sobre a saúde e o bem-estar", disse Thilaga Sulathireh, co-fundadora do grupo “Justice for Sisters”.

Para Nisha Ayub, a primeira mulher transgênero a receber o prêmio "International Women of Courage" do Departamento de Estado dos EUA em 2016, esses programas só aumentarão o isolamento da comunidade transexual.

Ela denuncia a busca de "terapia corretiva que viole os direitos humanos de muitas maneiras". Segundo ela, "se os trans acharem que não podem mais ser assumirem, eles se sentiram excluídos pela sociedade".

Não existem números oficiais sobre pessoas transgêneros na Malásia, mas é comum vê-las trabalhando em restaurantes ou lojas, especialmente na capital Kuala Lumpur. De acordo com ativistas transgêneros, são vítimas de discriminação e vivem em constante medo de agressão.

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