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Tensão

Presidente palestino recusa encontro com vice dos EUA

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, anunciou neste sábado (9)  que não receberá o vice-presidente americano Mike Pence, depois que Washington reconheceu Jerusalém como capital de Israel. A decisão gerou confrontos nos territórios palestinos que deixaram quatro mortos nos últimos dias.

Para o presidente palestino Mahmoud Abbas, com decisão sobre Jerusalém, os Estados Unidos ultrapassaram todos os limites.
Para o presidente palestino Mahmoud Abbas, com decisão sobre Jerusalém, os Estados Unidos ultrapassaram todos os limites. REUTERS/Eduardo Munoz
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"Não vai acontecer um encontro com o vice-presidente americano na Palestina", disse Majdi al-Jalidi, conselheiro diplomático de Abbas. "Com esta decisão sobre Jerusalém, o governo dos Estados Unidos ultrapassou todos os limites", reiterou. 

O vice-presidente americano visitará Israel e os territórios palestinos nas próximas semanas. Na quinta-feira (7), um dia após a polêmica decisão de Donald Trump, a Casa Branca mencionou a possibilidade de cancelar a viagem de Pence, mas acabou considerando desnecessário.

O papa Teodoro II da igreja ortodoxa copta do Egito também cancelou um encontro com o vice-presidente americano previsto para dezembro no Cairo, alegando que Washington "despreza os sentimentos de milhões de árabes".

Revolta no Oriente Médio

Dois palestinos morreram neste sábado em um ataque aéreo israelense, realizado em represália aos disparos de foguete a partir da Faixa de Gaza. O ataque ocorre um dia depois da advertência da ONU contra uma "escalada da violência" após a polêmica decisão de Donald Trump sobre Jerusalém.

Na Cisjordânia, território palestino ocupado pelo exército israelense há 50 anos, manifestantes voltaram a enfrentar na manhã deste sábado os soldados israelenses em Belém. Jovens palestinos atiraram pedras contra os militares, que responderam com gás lacrimogêneo.

Outros dois palestinos faleceram na sexta-feira (8), durante o chamado "Dia da Fúria" em Jerusalém, Cisjordânia ocupada e Gaza, convocado pelo grupo Hamas. Milhares de palestinos enfrentaram soldados e policiais israelenses. Os confrontos também deixaram dezenas de feridos.

Líderes internacionais expressam descontentamento

O anúncio de Trump provocou duras críticas da comunidade internacional. Depois de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança na quinta-feira, embaixadores da França, Reino Unido, Itália, Suécia e Alemanha na ONU declararam que a decisão do governo americano "não favorece a perspectiva de paz na região e não está de acordo com as resoluções do Conselho de Segurança". Eles fizeram um apelo para que Washington apresente urgentemente suas propostas detalhadas para a paz no Oriente Médio.

Vários países muçulmanos protestaram contra a decisão de Trump. Dezenas de milhares de pessoas também saíram às ruas em países ocidentais em apoio aos palestinos. A mobilização árabe até o momento não é tão grande, mas a comunidade internacional teme que a tensão se agrave nos próximos dias.

(Com informações da AFP

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