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Oriente Médio

Palestinos buscam apoio contra planos de Trump sobre Jerusalém

Os dirigentes palestinos buscam apoio diplomático na comunidade internacional desde que a imprensa israelense noticiou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem a intenção de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, nos próximos dias. Ao mesmo tempo, o projeto suscitou a ira do movimento Hamas, que prometeu “uma nova intifada” (rebelião dos palestinos contra Israel) se o republicano levar o plano adiante.

Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, passou o fim de semana ao telefone com lideranças internacionais.
Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, passou o fim de semana ao telefone com lideranças internacionais. REUTERS/Eduardo Munoz
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Durante o fim de semana, o presidente palestino Mahmoud Abbas conversou por telefone com diversos líderes estrangeiros, como o francês Emmanuel Macron e o turco Recep Tayyp Erdogan, para “explicar os perigos da decisão de transferir a embaixada americana para Jerusalém ou reconhecer Jerusalém como capital de Israel”, indicou o seu conselheiro diplomático, Majdi al-Khalidi. Abbas advertiu os interlocutores sobre “as consequências” de qualquer decisão nesse sentido, que “ameaçaria o processo político e os esforços pela paz” na região.

Abbas também tentava promover a realização de uma reunião de emergência da Organização da Cooperação Islâmica e da Liga Árabe, para abordar os supostos planos de Trump.

Na noite deste sábado (2), o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse a Abbas que é preciso estabelecer um Estado palestino independente com Jerusalém Oriental como capital. "É necessário para garantir a paz e a estabilidade no Oriente Médio", declarou Erdogan, em uma conversa por telefone, segundo fontes presidenciais citadas pela agência turca Anadolu.

Decisão de Trump esperada para segunda-feira

A comunidade internacional nunca reconheceu Jerusalém como capital de Israel, nem a anexação de sua parte oriental conquistada em 1967. As embaixadas estrangeiras estão em Tel Aviv.

Uma lei do Congresso americano aprovada em 1995 determina que a representação diplomática de Washington em Israel fique em Jerusalém. Mas há duas décadas, uma cláusula derrogatória assinada a cada seis meses pelos presidentes americanos permite ao Executivo bloquear a sua aplicação.

Trump deverá assinar ou não esta cláusula na próxima segunda-feira (4), segundo o Departamento de Estado, que, na sexta-feira (1º), afirmou que nenhuma decisão não havia sido tomada a respeito. Durante a campanha eleitoral de 2016, o republicano prometeu transferir a embaixada do país para Jerusalém.

Nova intifada

O movimento islamita palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, ameaçou neste sábado "reavivar a intifada" se os Estados Unidos irem adiante com o projeto. "Não permitiremos esse complô, alertamos para qualquer decisão neste sentido e convocamos nosso povo a reavivar a intifada se forem tomadas decisões injustas envolvendo Israel", advertiu o Hamas, em um comunicado.

"Jerusalém continuará sendo árabe e palestina, sejam quais forem as decisões tomadas" envolvendo a cidade sagrada, afirmou o movimento palestino, considerado terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.

Com informações da AFP

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