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EUA

Em viagem à Coreia do Sul, Trump promete "resolver tudo"

O presidente americano, Donald Trump, chegou à Coreia do Sul nesta terça-feira (7), na segunda etapa de seu giro asiático que tem o objetivo de discutir estratégias contra as ameaças do regime norte-coreano na região. No Twitter, antes de viajar a Seul, o bilionário publicou uma mensagem em que prometeu "resolver tudo". 

O presidente americano, Donald Trump, ao lado do chefe de Estado sul-coreano, Moon Jae-In, em Seul, nesta terça-feira (7).
O presidente americano, Donald Trump, ao lado do chefe de Estado sul-coreano, Moon Jae-In, em Seul, nesta terça-feira (7). REUTERS/Jung Yeon-Je/Pool
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A viagem de Trump à Coreia do Sul - uma dos aliadas-chave dos Estados Unidos na região contra o programa nuclear norte-coreano - é delicada. Seul não aprecia o método agressivo do presidente americano. O chefe de Estado sul-coreano, Moon Jae-In, pede que qualquer ação militar na península coreana passe por seu consentimento. 

Trump chegou à Coreia do Sul após passar três dias no Japão, onde garantiu o pleno apoio de Tóquio para sua estratégia de ameaça contra Pyongyang. Antes de pousar no país, publicou em sua conta no Twitter: "Preparando-me para viajar à Coreia do Sul e encontrar com o presidente Moon, um cavalheiro distinto". "Vamos resolver tudo!", completou. 

O tom representa um forte contraste com suas declarações anteriores, nas quais chamou a estratégia de Moon Jae-In de "apaziguamento". O comentário foi mal recebido em Seul porque deixou implícito que o comportamento do presidente sul-coreano era similiar ao de a Neville Chamberlain, idealizador da política britânica de apaziguamento com Adolf Hitler no fim dos anos 1930.

Colaboração entre EUA e Coreia do Sul é "formidável"

A primeira atividade do presidente dos Estados Unidos na Coreia do Sul foi uma visita ao Camp Humphreys, a principal base e quartel-general dos 28.500 militares americanos mobilizados no país, situada 90 quilômetros de Seul. Em seguida, ele se reuniu com Moon na Casa Azul, antes de participar de um jantar de Estado. Na quarta-feira (8), o presidente americano discursará no Parlamento sul-coreano, mas não prevê visitar a Zona Desmilitarizada que divide as duas Coreias.  

Em sua primeira declaração em Seul, o presidente americano elogiou a "formidável" colaboração entre os dois países. Ele reiterou que a Coreia do Norte representa uma "ameaça mundial que exige uma resposta mundial". Trump também disse que não descarta uma opção militar contra Pyongyang, embora, segundo ele, haja progressos no dossiê norte-coreano.

Apesar do clima tenso, a Coreia do Sul estendeu o tapete vermelho para receber Trump. Moon - cujos pais foram retirados do Norte durante a Guerra da Coreia (1950-1953) por um navio americano - celebrou a relação histórica de seu país com Washington. "Dizem que conhecemos um verdadeiro amigo nos momentos de necessidade", declarou. Washington "é um verdadeiro amigo, que esteve conosco e derramou seu sangue ao nosso lado quando precisamos", acrescentou.

Já a população sul-coreana se mostra dividida a respeito de Donald Trump: as ruas foram palco de manifestações contra e a favor do presidente americano. 

Conflito colocaria em risco 10 milhões de habitantes sul-coreanos

A Coreia do Norte executou o seu sexto teste nuclear no início de setembro e intensificou os lançamentos de mísseis, alegando ter a capacidade de atingir o território continental dos Estados Unidos. Nos últimos meses, a tensão aumentou a respeito do programa nuclear de Pyongyang e o presidente americano trocou insultos e ameaças com o líder norte-coreano Kim Jong-Un, um conflito que afetaria os 10 milhões de habitantes da Coreia do Sul.

Alguns analistas advertiram que qualquer saída de pauta do presidente americano, que tem a tendência a este tipo de gesto, poderia aumentar a tensão na península. "Se Trump falar qualquer coisa que possa provocar a Coreia do Norte, isto poderia aumentar as tensões de novo", afirmou o professor Koo Kab-Woo, da Universidade de Estudos Norte-Coreanos de Seul.
 

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