Grupo Estado Islâmico perde terreno na Síria e no Iraque
O grupo Estado Islâmico (EI) perdeu todas as grandes cidades sob seu controle no Iraque e na Síria após a reconquista de Deir Ezzor pelo Exército sírio. Além disso, nesta sexta-feira (3), as forças iraquianas recuperaram o controle de Al-Qaim, área desértica próxima da Síria.
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Entrincheirados em uma área entre o leste da Síria e o oeste do Iraque, os combatentes do EI enfrentam ofensivas em ambos os lados da fronteira.
Nesta sexta-feira (3), as forças iraquianas anunciaram que expulsaram os combatentes de um importante posto de fronteira, Husseiba, que liga o Iraque à Síria naquela região. Pouco depois, em um comunicado, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, anunciou a "libertação de Al-Qaim em um tempo recorde". A operação começou esta manhã e terminou no final da tarde.
Esse foi um novo golpe para a organização ultrarradical, que perdeu na quinta-feira (2) a cidade de Deir Ezzor, no leste da Síria, para o exército do regime de Damasco, apoiado por seus aliados russo e iraniano. A cidade "era a sede dos principais líderes da organização. Ao perder o seu controle, perderam a capacidade de dirigir operações terroristas conduzidas por seus homens", comemorou o comando do exército sírio em um comunicado. "Deir Ezzor representa a fase final na eliminação total" do EI, acrescentou.
O grupo extremista conquistou Deir Ezzor e sua província rica em petróleo em 2014, aproveitando o caos gerado pela guerra na Síria, desencadeada em 2011 pela repressão do regime aos protestos pró-democracia.
A extensão dos danos nos bairros de Deir Ezzor recentemente recuperados é visível: edifícios desabaram, fachadas explodiram. As trincheiras escavadas pelos jihadistas ainda são aparentes. De acordo com a imprensa estatal, as unidades de Engenharia do exército sírio estão trabalhando para neutralizar as minas e outros artefatos explosivos espalhados pela cidade.
Atacado por todos os lados
Nos últimos meses, o EI sofreu uma série de derrotas na Síria e no Iraque. No decorrer das batalhas, os extremistas foram expulsos de todas as grandes cidades que conquistaram: pelas forças iraquianas em Mossul (norte do Iraque) em julho e por uma coalizão curda-árabe apoiada por Washington em Raqa, na Síria, em outubro.
O grupo, que proclamou em 2014 um "califado" nas vastas regiões sob seu controle entre o Iraque e a Síria, tem visto seu território encolher rapidamente. Os jihadistas estão agora restritos a uma área desértica na fronteira entre a Síria e o Iraque, ao longo do Vale do Eufrates. Eles são atacados pelo regime e a aliança árabe-curda no leste da Síria e pelas forças iraquianas no oeste do Iraque.
Na Síria, o grupo detém apenas 35% da província de Deir Ezzor e se entrincheirou em uma cidade menor, Bukamal, na fronteira iraquiana. As forças do regime sírio estão agora a 40 km desta cidade. O EI também controla algumas aldeias e localidades e pelo menos um campo de petróleo na Síria, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
Segundo a coalizão internacional, cerca de 1.500 combatentes do EI ainda estão presentes nesta área do deserto entre o Iraque e a Síria, que deve ser o cenário da "última grande batalha" contra o grupo responsável por ataques mortais nesses países e no resto do mundo.
(Com informações da AFP)
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