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Síria

ONG pede sanções contra regime sírio por ataque com gás sarin

A ONG Human Rights Watch (HRW) solicitou nesta sexta-feira (27) sanções contra os responsáveis por ataques químicos na Síria. O pedido acontece depois que a ONU acusou na quinta-feira (26) o regime de Bashar al-Assad de usar gás sarin na cidade de Khan Sheikhun em abril, no qual morreram ao menos 83 pessoas. 

Foto do 4 de abril de 2017 mostra uma criança síria inconsciente recebendo tratamento em um hospital da cidade de dem Khan Sheikhun, na província da Idlib síria do noroeste, após um ataque de gás sarin.
Foto do 4 de abril de 2017 mostra uma criança síria inconsciente recebendo tratamento em um hospital da cidade de dem Khan Sheikhun, na província da Idlib síria do noroeste, após um ataque de gás sarin. Omar haj kadour / AFP
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"O Conselho de Segurança [da ONU] deve agir rapidamente, impondo sanções a indivíduos e entidades responsáveis por ataques químicos na Síria", afirmou HRW em comunicado. A ONG, com sede em Nova York, pediu "o fim do engano e falsas teorias de propagadas pelo governo sírio".

O ataque, que ocorreu no dia 4 de abril na província de Idlib, deixou 83 mortos, de acordo com a ONU. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) contabilizou 87 vítimas, incluindo mais de 30 crianças.

Na quinta-feira, um relatório de especialistas da Organização das Nações Unidas para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) e da ONU culpou o regime de Bashar Al-Assad por esse ataque. O documento indicou que "gás sarin foi lançado por meio de uma bomba aérea jogada de um avião".

O grupo de especialistas "está certo de que a República Árabe da Síria é responsável pelo lançamento de sarin em Khan Sheikhun em 4 de abril de 2017", diz o documento.

Indignação da comunidade internacional

As imagens de horror, divulgadas após o ataque, causaram indignação na comunidade internacional e levaram os Estados Unidos a lançarem mísseis contra uma base aérea de onde, assegura, foi lançado o ataque.

O relatório da ONU foi emitido dois dias depois que a Rússia vetou um projeto de resolução apresentado pelos Estados Unidos para ampliação da investigação sobre quem estaria por trás dos ataques químicos na Síria.

A Rússia, aliada da Síria, sustenta que o ataque com sarin foi causado principalmente por uma bomba desativada em solo e não produto de um ataque aéreo do exército. Nesta sexta-feira, o governo russo indicou que o relatório da ONU contém várias "incoerências", "testemunhos duvidosos" e "provas não confirmadas". 

EUA querem que Assad deixe o poder

O relatório da ONU deve aumetar a pressão sobre o regime de Bashar al Assad, enquanto Washington - após as vitórias contra o grupo Estado Islâmico no campo de batalha -, renova sua exigência de que o presidente sírio deixe o poder.

Em Genebra, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, declarou a um grupo de jornalistas que Bashar al-Assad não tem futuro como presidente da Síria e que ele terá que abandonar o cargo no contexto de um processo de paz mediado pela ONU. Tillerson deve se reunir em Genebra com Staffan de Mistura, que tenta coordenar uma nova rodada de negociações de paz para o mês que vem.

O secretário de Estado americano afirmou que a política de Washington não mudou, embora suas declarações tenham incluído uma linguagem mais dura do que a até agora usada pelo governo americano. "O reinado da família Assad está chegando a seu fim, e a única questão agora é saber como ele será", acrescentou.

A Rússia, que leva adiante um processo de paz paralelo com Irã e Turquia na cidade de Astana, reagiu com frieza às declarações de Tillerson. "Acho que não devemos antecipar o futuro de ninguém", disse o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia. 

Negociações de paz na Síria

De Mistura espera poder levar à frente uma série de negociações de paz entre o regime de Assad e a coalizão opositora em Genebra a partir de 28 de novembro. Elas serão focadas no projeto de uma nova constituição e na celebração de eleições supervisionadas pela ONU em um país devastado pela guerra civil.

No entanto, o regime de Assad foi salvo até agora pela intervenção militar de Rússia e Irã, e insiste que não cederá aos rebeldes, que classifica de "terroristas".

Os governos ocidentais, a oposição e muitos dos vizinhos árabes da Síria consideram o regime sírio como o principal responsável pelos 330 mil mortos no conflito. Além dos ataques a seu próprio povo, Assad é responsabilizado pela tortura em grande escala e pelo assassinato de civis detidos.

(Com informações da AFP)

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