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EUA se retiram da Unesco por “preconceito contra Israel”

Os Estados Unidos anunciaram, nesta quinta-feira (12), a sua decisão de se retirarem da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), alegando um "preconceito contra Israel", segundo comunicado oficial.

Os Estados Unidos anunciaram, nesta quinta-feira (12), a sua decisão de se retirarem da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), alegando "preconceito contra Israel", segundo um comunicado oficial.
Os Estados Unidos anunciaram, nesta quinta-feira (12), a sua decisão de se retirarem da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), alegando "preconceito contra Israel", segundo um comunicado oficial. REUTERS/Philippe Wojazer/File Photo
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Washington estabelecerá uma "missão de observação" na Unesco, agência da ONU com sede em Paris, substituindo sua representação como membro, disse a porta-voz do Departamento de Estado americano, Heather Nauert. A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, afirmou "lamentar profundamente" a decisão dos Estados Unidos.

"Lamento profundamente a decisão dos Estados Unidos, cuja notificação oficial foi enviada pelo secretário de Estado, Rex Tillerson", escreveu Bokova em um comunicado. "A universalidade é essencial para a missão da Unesco de construir a paz e a segurança internacionais em face do ódio e da violência, por meio da defesa dos direitos humanos e da dignidade humana", declarou. "É uma perda para a família das Nações Unidas. É uma perda para o multilateralismo", ressaltou a diretora.

Os Estados Unidos já deixaram a Unesco entre 1984 e 2003 e suspenderam sua contribuição financeira em 2011. Ainda em sua declaração, Bokova lista uma série de medidas adotadas pela Unesco em parceria com os Estados Unidos contra o antissemitismo.

"Juntos, trabalhamos com Samuel Pisar, embaixador honorário e enviado especial para a educação do Holocausto, a fim de compartilhar a história do Holocausto para lutar contra o antissemitismo e na prevenção dos genocídios, com o Canal Unesco para a educação sobre o genocídio na Universidade da Califórnia e com programas de alfabetização na Universidade da Pensilvânia", ressaltou a diretora da Unesco. E ainda, "trabalhamos para produzir novas ferramentas para os educadores contra todas as formas de antissemitismo, como fazemos para combater o racismo anti-muçulmano nas escolas", finalizou Bokova.

Histórico do desentendimento com EUA

No início de julho, os Estados Unidos haviam advertido que analisavam seus vínculos com a Unesco, chamando de "uma afronta à história" a decisão do órgão de declarar a antiga cidade de Hebron, na Cisjordânia ocupada, uma "zona protegida" do patrimônio mundial. Na ocasião, a embaixadora americana nas Nações Unidas, Nikki Haley, afirmou que esta iniciativa "desacreditava ainda mais uma agência da ONU já altamente discutível".

O Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco inscreveu a Cidade Velha de Hebron nessa lista como um local "de valor universal excepcional". Também colocou esta cidade, localizada nos territórios palestinos, na lista de patrimônios em perigo.

Hebron é o lar de 200 mil palestinos e centenas de colonos israelenses, que estão entrincheirados em um enclave protegido por soldados israelenses perto do local sagrado, que os judeus chamam de o túmulo dos Patriarcas e os muçulmanos, de Mesquita de Ibrahim.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descreveu a decisão da Unesco como "delirante". Poucos meses antes, a Unesco havia identificado Israel como uma força de ocupação em Jerusalém. Os Estados Unidos suspenderam sua participação financeira em 2011, após a admissão da Palestina como um Estado-membro.

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