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“Nobel legitima luta contra armas nucleares”, diz brasileiro da Ican

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“O Nobel da Paz é um reconhecimento para as vítimas e confere legitimidade para o nosso trabalho”, diz o brasileiro Cristian Wittmann, que integra o Comitê Gestor da Campanha Internacional para a Abolição das Armas (Ican), vencedora do prêmio este ano.

Cristian Wittmann, brasileiro do Comitê Gestor da Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (Ican).
Cristian Wittmann, brasileiro do Comitê Gestor da Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (Ican). Foto: Arquivo Pessoal
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A Ican, coalização de 450 organizações em 101 países, impulsionou o histórico Tratado Global para Proibir as Armas Nucleares, que condena o desenvolvimento, testes, produção, fabricação, aquisição, posse ou armazenamento de armas nucleares. O prêmio para o grupo foi anunciado no dia 6 de outubro, pelo Comitê Norueguês do Nobel.

“A luta contra as armas nucleares não é nova, ela remete à época de Hiroshima e Nagasaki e a todos os testes que foram provocados. A Ican recebe o prêmio como um reconhecimento pelo diferencial de seu trabalho de divulgar e sensibilizar sobre o impacto catastrófico que uma detonação nuclear, acidental ou não, pode causar efeitos globais”, explica Wittmann, professor da Unipampa (Universidade Federal do Pampa – RS).

Objetivo: erradicação

A recompensa, segundo Wittmann, de 34 anos, traz uma maior sensibilização da comunidade internacional sobre a necessidade de avanço pela proibição das armas nucleares.

"O Prêmio nos traz maior legitimidade para continuar falando sobre esse tema e também uma maior responsabilidade. Mais pessoas ao redor do mundo, de certa foram, confiam no nosso esforço de seguir adiante nesse tema", acrescenta.

Para o especialista, o trabalho da Ican teve um "novo começo" no dia 20 de setembro, data em que a Campanha considerou ter concluído seu grande objetivo de curto prazo que era a adoção do Tratado de proibição das armas nucleares. 

“O Brasil foi o primeiro país a assinar o documento. Agora o nosso objetivo é que 50 países o ratifiquem o mais rápido possível, para que entre em vigor e que seja um tratado juridicamente vinculante”, explica Wittmann. “O passo seguinte é a universalização, com mais países participantes e então, a médio e longo prazo, chegar à completa erradicação das armas nucleares”, acrescenta.

Preparação para receber o Nobel

Na entrevista à RFI Brasil, feita logo após uma reunião do Comitê Gestor da Ican, Wittman comentou que as discussões sobre o recebimento do Prêmio Nobel em Oslo, no dia 10 de dezembro, já começaram.

As preocupações giram em torno da logística, para preparar o deslocamento e acomodação da grande quantidade de integrantes da Ican e de simpatizantes da entidade, e das oportunidades que serão dadas para divulgar o trabalho da instituição, além da decisão de quem irá efetivamente receber o Prêmio. "Existem várias opções, mas ainda não foi tomada nenhuma decisão final. Será preciso primeiro ter um contato com a Fundação Nobel para saber os detalhes", explicou.

"Mas, claro, estamos entusiasmados e agora teremos reuniões todas as semanas para organizar nossa presença na Noruega", concluiu.   

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