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Oriente Médio

Hamas dissolve polêmico órgão e propõe diálogo com Fatah

O grupo islamita palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, anunciou neste domingo (17) a dissolução de um polêmico comitê administrativo, extremamente contestado pelo partido Fatah, do presidente palestino Mahmoud Abbas, e considerado um obstáculo à unidade palestina. A decisão abriu o caminho para uma reconciliação entre as duas organizações, cujas relações foram interrompidas em 2007. 

O chefe do Hamas, Ismael Haniyeh, em foto de arquivo.
O chefe do Hamas, Ismael Haniyeh, em foto de arquivo. REUTERS/Mohammed Salem
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"Em resposta aos esforços egípcios, o Hamas anunciou a dissolução do 'comitê administrativo' na Faixa de Gaza e concordou em travar conversas sobre a reconciliação [com o Fatah]", indicou um comunicado divulgado neste domingo.

Criado em março, o comitê - formado por sete autoridades do Hamas - tinha o objetivo de administrar questões dos territórios palestinos. Mas o órgão era visto por Abbas como um governo paralelo que dificultava a reconciliação palestina. 

Desde a criação do comitê, o líder palestino vinha marcando uma clara oposição ao Hamas. Dentro deste espírito de demonstração de força, Abbas chegou a bloquear, nos últimos meses, os pagamentos da energia elétrica fornecida por Israel à Gaza.

O anúncio do Hamas de dissolver o comitê acontece poucos dias depois de uma visita de seu líder e ex-primeiro-ministro de Gaza, Ismail Haniyeh, ao Cairo. Há cerca de três meses o governo egípcio reforçou sua intenção de aproximar o Hamas do Fatah. O objetivo do Egito é tentar diminuir o avanço no norte do Sinai do grupo Estado Islâmico, cujo Hamas é acusado de apoiar.

Acordo entre Hamas e Fatah

Na teoria, os engajamentos do Hamas "pelo futuro dos palestinos" são fortes, mas, na prática, ainda não está claro como o grupo pretende aliviar a tensão com o Fatah. 

Em troca da dissolução do comitê, o Hamas exige que a Autoridade Palestina se comprometa a gerenciar a crise humanitária e econômica que se agrava na Faixa de Gaza. A região, que abriga cerca de dois milhões de pessoas, é vítima de uma crise que se arrasta há dez anos, dificultada por três conflitos com Israel. Foi o próprio Hamas que expulsou a Autoridade Palestina da Faixa de Gaza em 2007.

Por isso, o avanço das relações entre os dois grupos não é consenso entre os especialistas. Para muitos deles, é pouco provável que o Hamas renuncie ao controle militar em Gaza e que a Autoridade Palestina aceite trabalhar sobre o controle do Hamas. 

Em resposta à proposta do Hamas, um dirigente do Fatah, Azzam al-Ahmad, evocou a necessidade de uma reunião entre as duas partes. Segundo ele, para discutir uma ampla reconciliação entre as duas partes, outras facções palestinas também devem ser convocadas. 

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