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Brasil-Mundo

Artista brasileira Elisete Retter encanta Tel Aviv com "MPB israelense"

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Ela é uma cantora, compositora, artista plástica e apresentadora de rádio brasileira em Israel. Há cerca de duas décadas, Elisete Retter é quase sinônimo de Brasil no país do Oriente Médio. 

A cantora brasileira Elisete Retter durante gravação de um programa em Israel.
A cantora brasileira Elisete Retter durante gravação de um programa em Israel. Divulgação
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Daniela Kresch, correspondente da RFI em Tel Aviv 

Moradora de Tel Aviv, Elisete Retter faz shows, palestras e eventos por toda Israel e também no exterior, sempre na tentativa de passar uma mensagem de alegria, paz e coexistência. A artista tem mais de 200 músicas registradas em seu nome em sete discos lançados desde o começo da carreira. Seu estilo é variado, numa mescla de influências musicais brasileiras e israelenses. 

“É muito difícil me catalogar ou me colocar dentro de uma caixa, porque a minha música é muito eclética. Gosto muito da Bossa Nova, de MPB, de samba e de outros ritmos também. Gosto também de música americana, italiana...”, diz Elisete. “Minha música é uma mistura de sons com ênfase no Brasil. E também em Israel, porque eu moro aqui e sou muito influenciada pela música isralense. Acho que de repente o meu estilo é meio único. É uma MPB israelense, algo assim”.

Nascida em Salvador, mas criada no Rio de Janeiro, Elisete se mudou para Israel por amor em 1991. E, mesmo depois que o primeiro casamento com um israelense não deu certo, ela escolheu ficar no país, onde se casou novamente e se tornou mãe de duas filhas.

Um dos motivos da identificação com Israel é o fato de sua mãe descende de judeus sefaraditas. Já o pai tem origem afro-brasileira, numa combinação que talvez seja a base de sua abertura a tantas influências. 

Carmen Miranda israelense 

Nos palcos de Israel, Elisete usa a teatralidade e encarna uma persona impossível de ignorar: “Eu sou eu, né? Sou muito autêntica. Não sigo nenhuma moda, não. Eu faço a minha própria moda, eu acho. Sou uma pessoa muito eclética em tudo que eu faço. Por exemplo, no meu jeito de vestir. Eu gosto muito da moda dos anos 40, gosto muito do vintage. Eu sou muito retrô mesmo. E quando eu estou no palco, eu me inspiro muito na Carmem Miranda. Eu sou muito influenciada pelo que ela fez, pelo trabalho dela. Ela representou muito o Brasil fora do país. E é o que eu faço também, pelo menos eu tento, né?”.

Elisete fala sete línguas: português, espanhol, hebraico, italiano, inglês, francês e russo. Mas não é o suficiente. Ela quer aprender mais uma. Só está em dúvida se será árabe ou japonês. Os idiomas ajudam nos quatro programas de rádio internacionais que ela apresenta.

O primeiro é o “The Voices of the World”, ou “As Vozes do Mundo”, um programa semanal transmitido numa rádio japonesa, a Rádio Shiga. Fora isso, ela participa de um programa chamado “Senza Titolo” na rádio italiana MM Sound Magic Moments e outro chamado "Com amor de Israel, por Elisete Retter" na Rádio portuguesa do Var. Para finalizar, ela também tem um programa na rádio israelense “Hachevrati Harishon” (a Rádio Social Primeira) com o nome "Hacol mehacol", ou “Tudo de Tudo”.

“Acho que a língua é a maior forma de comunicação que o ser-humano poder ter”, pondera Elisete. “Eu sou uma pessoa muito comunicativa, sempre gostei de línguas, desde o Brasil. Sempre ouvia músicas em vários idiomas e através das músicas é que eu comecei a aprender outras línguas. Num plano mais metafísico, eu acredito muito em vidas passadas, em reencarnação. Eu acho que as línguas que eu falo, eu simplesmente lembro... Parece que eu já vivi muitos, muitas vidas neste Planeta Terra”.

Amor pelo Brasil

Segundo Elisete, os israelenses adoram o Brasil e a cultura do país verde-e-amarelo. Ela afirma que quem faz música brasileira em Israel é sempre bem aceito. Mas a cantora e compositora também sente essa apreciação em vários lugares do mundo nos quais já se apresentou. A vontade, agora, é fazer trabalhos no Brasil.

“Já fiz muitos shows no exterior: na Rússia, na Ucrânia, na Lituânia, na Itália, na Alemanha, nos Estados Unidos... Mas minha meta, agora, é fazer um trabalho no Brasil. De repente até nas favelas ou dando palestras, mostrando para as pessoas que a força de vontade pode levar a gente aonde a gente quiser”.

Mensagem de paz

Em cada local onde ela canta, Elisete tenta levar uma mensagem de paz, algo que está em falta no mundo, principalmente no Oriente Médio. Ela conta, inclusive, que em 2014, no auge do conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, compôs e gravou uma música com uma mensagem para os integrantes do movimento.

“Eu sempre promovo a paz, em todos os lugares onde eu vou. Nas palestras que dou, falo sobre música, sobre paz, sobre tudo o que acontece aqui em Israel”, diz Elisete. “Na última guerra que teve aqui, fiz uma canção para o Hamas. Quando os foguetes estavam caindo, não fiquei com medo: peguei um táxi, fui para o estúdio e gravei a música. O nome dela é ‘Shir Tikva Lashfiut’, que quer dizer ‘Canção da Esperança na Sanidade’”. 

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