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Drogas Filipinas

Política antidrogas do governo filipino mata 32 pessoas

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, parabenizou, nesta quarta-feira (16), a polícia de seu país, que matou 32 pessoas durante operações contra o narcotráfico na última segunda-feira (14), conclamando-os a “acabarem com um número igual ou superior de traficantes a cada dia”.

O presidente filipino Rodrigo Duterte em discurso no Parlamento, em julho de 2017
O presidente filipino Rodrigo Duterte em discurso no Parlamento, em julho de 2017 REUTERS/Romeo Ranoco
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Desde que chegou ao poder, há 14 meses, Duterte lidera uma ofensiva sem precedentes contra as drogas. A polícia e os milicianos sob seu comando já mataram milhares de pessoas. Defensores dos direitos humanos dizem tratar-se de um crime contra a humanidade.

Em uma de suas operações mais mortais, a polícia disse ter atirado em 32 pessoas em uma série de ataques contra supostos traficantes no dia 14 de agosto na província de Bulacan, perto da capital, Manila.

"Sobre os 32 que morreram recentemente em um ataque maciço em Bulacan, foi bem-feito”, disse, orgulhoso, o presidente Duterte em um discurso para uma organização anticrime que apoia a guerra contra os narcotraficantes. "Se pudéssemos matar 32 pessoas por dia, reduziríamos o flagelo que afeta o país”, acrescentou.

"Queremos semear espanto e temor entre os narcotraficantes", disse aos jornalistas em Manila, o delegado Romeo Caramat, chefe da polícia de Bulacan. Além disso, 109 suspeitos foram presos. “Outras pessoas ligadas às drogas vão agora pensar duas vezes antes de continuar.”

O delegado disse ainda que a polícia teria agido em legítima defesa, acrescentando que granadas e pistolas foram apreendidas. "Sabemos que não fizemos nada de errado", disse ele. Quando questionado sobre por que nenhum policial foi ferido, já que se tratava de legítima defesa, ele respondeu: "não me peça explicações”.

Duterte venceu com larga vantagem a eleição presidencial com a promessa de matar dezenas de milhares de traficantes e de viciados para evitar que o arquipélago se torne um narco-Estado. Ele prometeu ganhar a guerra às drogas entre três e seis meses.

Na semana passada, o presidente, que tem um mandato de seis anos, disse que era possível que ele não pudesse cumprir sua promessa eleitoral.

"Essas histórias de shabu (metanfetamina) e drogas etc., não podem ser resolvidas por um só homem, um presidente em um mandato. As nações estão paralisadas por isso", disse sexta-feira em Davao, sua cidade natal, no sul das Filipinas.

Mas, em outro discurso na semana passada, na sede da polícia, ele também disse que não se afastou da sua linha de forte repressão. Ele mais uma vez prometeu perdoar os policiais que sejam culpados de assassinato na guerra às drogas.

Hoje ele reiterou que não há soluções rápidas para superar o problema e disse que não estava ciente, antes de se tornar presidente, da extensão da corrupção nas instituições e entre os serviços policiais e aduaneiros.

"Eu não sabia que a mesma agência (Alfândega) que eu confiei para nos proteger da introdução de drogas do estrangeiro era a mesma que importava drogas", acrescentou.

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