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Nagasaki Japão

Nagasaki pede que o Japão assine tratado da ONU contra armas atômicas

Nagasaki recordou nesta quarta-feira o ataque nuclear que atingiu a cidade do sudoeste do Japão há 72 anos, uma cerimônia marcada por um pedido emocionado do prefeito para que o Japão assine um tratado da ONU que proíbe as armas nucleares.

Pomba voa sobre a Estátua da Paz em Nagasaki, durante a cerimônia que lembra os 72 anos do bombardeio à cidade, no 9 de agosto de 2017
Pomba voa sobre a Estátua da Paz em Nagasaki, durante a cerimônia que lembra os 72 anos do bombardeio à cidade, no 9 de agosto de 2017 ©Reutersin this photo taken by Kyodo
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"Nem participaram nas negociações", criticou o prefeito Tomohisa Taue, em referência ao governo em sua "declaração de paz" anual, pronunciada em japonês mas traduzida a vários idiomas. "É algo difícil de entender para os que vivem nas regiões afetadas pelos bombardeios nucleares", disse.

"Como único país que sofreu a devastação destas armas, peço que façam tudo o que está em suas mãos para participar o mais rápido possível nas negociações e revisar sua política de defesa que depende de um guarda-chuva nuclear", o de Washington, que se compromete a proteger o aliado japonês pelo princípio de dissuasão.

No início de julho, um tratado que proíbe as armas atômicas foi adotado por 122 Estados-membros da ONU, mas as potências nucleares - Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, China, França, Índia, Paquistão, Coreia do Norte e Israel - boicotaram as discussões, assim como o Japão e a maioria dos países da Otan.

Taue expressou uma "profunda gratidão" à ONU e a todos os que promoveram o tratado "que fala tão bem do sofrimento e dos esforços dos hibakusha (sobreviventes afetados pela explosão)" e poderia ser batizado como "o Tratado de Hiroshima e Nagasaki".

Um mundo sem armas atômicas

O primeiro-ministro, Shinzo Abe, presente na cerimônia, não fez referência explícita ao documento. "O Japão está decidido a desempenhar um papel de primeira linha trabalhando com as potências nucleares e não nucleares, para conseguir um mundo sem armas atômicas", afirmou.

Às 11h02 locais (23h02 de Brasília, terça-feira) uma sirene tocou, no momento exato em que a bomba de plutônio, batizada como "Fat Man", foi lançada em 9 de agosto de 1945 pelos americanos sobre Nagasaki, matando 74 mil pessoas, três dias depois da bomba "Little Boy", de urânio, ter provocado 140 mil mortes em Hiroshima.

Milhares de pessoas, incluindo sobreviventes e parentes de vítimas, respeitaram um minuto de silêncio. Os dois bombardeios precipitaram a rendição do Japão em 15 de agosto de 1945 e o fim da Segunda Guerra Mundial.

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