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Palestina

Visita rara de rei da Jordânia à Cisjordânia revela irritação com Israel

O rei Abdullah II da Jordânia chegou nesta segunda-feira (7) a Ramallah para a primeira visita em cinco anos à Autoridade Palestina, na Cisjordânia ocupada, após um episódio de tensão com Israel.

O rei Abdullah II da Jordânia recebido pelo presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas.
O rei Abdullah II da Jordânia recebido pelo presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas. REUTERS/Mohamad Torokman
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Pela primeira vez desde uma curta estada em Ramallah em dezembro de 2012 é o soberano jordaniano que se desloca até a Cisjordânia ocupada, e não os dirigentes palestinos que percorrem os 70 quilômetros até Amã.

A Jordânia exerce um papel delicado no conflito entre Israel e a Palestina: é o único país árabe – além do Egito – a ter assinado um tratado de paz com Israel. O reino da Jordânia é, também, o administrador histórico dos lugares sagrados dos muçulmanos em Jerusalém, incluindo a Esplanada das Mesquitas, além de ser um interlocutor respeitado por Washington.

A visita de Abdullah II acontece menos de duas semanas após um novo episódio de tensão na região, extremamente sensível, com atos de confronto quase diários entre muçulmanos e as forças israelenses.

Da crise da Esplanada para a embaixada israelense em Amã

A tensão provocada pela crise na Esplanada, símbolo nacional e religioso para os palestinos, afetou Jordânia e Israel por um incidente fatal, ocorrido bem longe dali, em 23 de julho, na embaixada israelense em Amã, onde um segurança matou dois jordanianos. Quase metade da população jordaniana (9,5 milhões de pessoas) tem origem palestina.

As promessas israelenses de investigar o incidente na embaixada - resultado de uma agressão prévia, segundo as autoridades israelenses - não dissiparam o ressentimento jordaniano, exacerbado pela recepção calorosa de Netanyahu ao segurança em seu retorno a Israel.

Jordânia, a guardiã da Esplanada das Mesquitas

Como os jordanianos, o rei "está furioso com os israelenses, que foram muito longe em seus erros nas relações com palestinos e jordanianos", disse o analista palestino Abdel Majid Sweilem.

A presença do rei Abdullah em Ramallah, ao lado dos palestinos, que reivindicam uma defesa vigorosa da Esplanada das Mesquitas, teria como objetivo recordar o status jordaniano de guardião da área.

"Sem a guarda do reino haxemita e sem a tenacidade dos habitantes de Jerusalém, os locais sagrados teriam sido perdidos há algum tempo", declarou o rei, antes de viajar, à agência oficial jordaniana Petra.

"Nosso êxito reclama uma posição unida com nossos irmãos palestinos", completou.

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