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Repressão

Sindicatos se mobilizam após prisão de jornalista francês na Turquia

O jornalista francês Loup Bureau foi preso quando atravessava a fronteira da Turquia com o Iraque, perto da Síria. Ancara o acusa de terrorismo após seus encontros com rebeldes curdos para a realização de reportagens. Os sindicatos da categoria pedem sua libertação.

O jornalista francês Loup Bureau foi detido na Turquia.
O jornalista francês Loup Bureau foi detido na Turquia. twitter.com
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Em um comunicado comum divulgado nesta quinta-feira (3), três dos principais sindicatos franceses de jornalistas pediram a “libertação imediata” de Bureau. O texto, que conta com o apoio da Federação Europeia de Jornalismo (FEJ) e da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), pede ainda que “o governo francês faça o necessário” para que o repórter de 27 anos seja solto. O ministério das Relações Exteriores da França diz “acompanhar com atenção” o caso.

Loup Bureau, que já trabalhou para o canal de televisão francês TV5 Monde e se apresenta no Twitter como “estudante de jornalismo”, foi detido na semana passada na província turca de Sirnak, na fronteira com o Iraque e a menos de 20km do território sírio, em uma região controlada por milícias de curdos sírios. Segundo a agência turca de notícias Anadolu, ele foi detido por posse de fotografias e entrevistas de combatentes curdos.

De acordo com Martin Pradel e Rusen Aytac, advogados de Bureau, o jornalista foi indiciado por suspeita de pertencer a "uma organização terrorista armada”. A acusação seria ligada aos contatos que o repórter teve com militantes curdos em 2013.

A Repórteres sem Fronteiras (RSF) também pede a libertação imediata de Bureau. “Ele é apenas um jornalista”, alega Johann Bihr, representante da ONG na região.

160 jornalistas atrás das grades

Para os sindicatos franceses, “é evidente que os dirigentes turcos e o presidente (Recep Tayyip) Erdogan abominam os jornalistas estrangeiros muito curiosos e os detêm para impor um muro de silêncio sobre a realidade do país, que é a maior prisão do mundo para jornalistas e onde 160 de nossos colegas estão atrás das grades”.

A FEJ e a FIJ também lembram que o correspondente do jornal alemão Deniz Yücel continua detido na Turquia e que o francês Olivier Bertrand, repórter do site independente Les Jours, foi expulso do país em novembro. O fotógrafo francês Mathias Depardon tamém ficou detido um mês após ter sido parado quando trabalhava sem carteira de jornalista.

Ancara ocupa o 155° lugar no ranking da liberdade da imprensa da Repórteres sem Fronteiras.

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