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Sanções

Les Echos: "Europa refém das sanções americanas contra a Rússia"

O jornal de economia Les Echos desta quinta-feira dá grande destaque à reação da União Europeia contra as sanções que os Estados Unidos pretendem impor à Rússia.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker: "A política da America First não pode significar Europe Last".
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker: "A política da America First não pode significar Europe Last". REUTERS/Michael Kappeler, Pool
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Na terça-feira o Congresso norte-americano aprovou um pacote de sanções, justificadas pela suposta interferência russa na campanha eleitoral americana do ano passado, assim como pela anexação da Crimeia e pelas ingerências russas na política interna da Ucrânia.

O projeto de sanções, que ainda precisa ser aprovado pelo Senado americano, foi recebido com espanto e inquietude pelos aliados dos Estados Unidos na Europa.

A União Europeia teme que as medidas impostas contra o governo de Vladimir Putin acabem penalizando também os interesses econômicos europeus.

Afronta diplomática

Para muitos políticos em Bruxelas, a medida tomada pelo Congresso americano é uma afronta diplomática e, sobretudo, uma ameaça econômica.

Como declarou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, a política externa de Donald Trump, colocando em primeiro lugar a América, não significa que a Europa possa ser empurrada para o último lugar.  

Em princípio, Bruxelas ainda acredita que uma modificação do projeto seja possível, antes que as sanções sejam aprovadas pelo Senado americano.

Caso, no entanto, não se chegue a um acordo que proteja os interesses econômicos europeus, a União Europeia prevê a adoção de medidas de retaliação contra os Estados Unidos. Retaliações que, como lembra o jornal Les Echos, deverão ser compatíveis com as regras da Organização Mundial do Comércio.

Energia que vem da Rússia

O projeto de sanções aprovado em Washington prevê a interdição de acesso aos bancos e mercados americanos para qualquer empresa, inclusive as europeias, que contribuam para o desenvolvimento e a manutenção dos gigantescos gasodutos russos. Os mesmos gasodutos que abastecem a Europa de energia.

Até o momento, Washington e Bruxelas haviam delimitado uma espécie de linha vermelha, a fim de impedir que as sanções afetassem o abastecimento energético da Europa. Com as novas sanções, o projeto poupou, no entanto, os gasodutos do Cazaquistão, que apenas atravessam o território Rússia.

Divindo os inimigos

Depois de três anos de sanções econômicas por conta da anexação da Crimeia, Moscou reagiu com frieza ao texto das novas sanções. Um porta-voz do Kremlin informou que nada será declarado sobre o projeto enquanto ele não for aprovado definitivamente pelo Senado americano.

Segundo analistas políticos, a decisão de punir a Rússia, tomada unilateralmente pelos Estados Unidos, chega a agradar a Putin. Afinal, as novas sanções sinalizam uma divergência na política internacional que até então unia os Estados Unidos e a União Europeia no G7.

Putin celebra, assim, a fragmentação do poder diplomático do bloco Ocidental, dividido pelas medidas unilaterais da administração norte-americana.

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