Premiê húngaro promete a Netanyahu lutar contra antissemitismo
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, garantiu nesta terça-feira (18) ao colega israelense Benjamin Netanyahu a determinação da Hungria em lutar contra o antissemitismo.
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Netanyahu está em Budapeste para uma visita de dois dias, a primeira de um líder israelense desde a queda do comunismo, em 1989. “É dever de todo governo húngaro defender seus cidadãos, seja qual for suas origens”, disse o conservador Orban durante uma entrevista coletiva, ao lado de Netanyahu.
“Durante a Segunda Guerra Mundial, a Hungria não respeitou essa obrigação moral e política”, acrescentou o premiê húngaro, referindo-se à deportação de mais de 530 mil judeus húngaros para os campos de concentração entre 1941 e 1945. “Foi um crime porque escolhemos a colaboração com os nazistas ao invés de defender a comunidade judia. Isso não pode acontecer de novo. No futuro, o governo húngaro vai proteger todos os seus cidadãos”, disse Orban.
Hungria e Israel contra bilionário
Recentemente Victor Orban elogiou o líder húngaro Miklos Horthy, aliado de Hitler entre as duas guerras mundiais. Outra polêmica envolve o bilionário George Soros, acusado por Orban de "querer fazer dezenas de milhares de migrantes entrar na Europa", subsidiando organizações de defesa dos direitos humanos. A comunidade judaico-húngara passou a acusar o governo de alimentar o antissemitismo, o que Budapeste rejeita.
Já Netanyahu declarou aos jornalistas que Orban o havia "tranquilizado" a respeito da polêmica em torno de Soros e sobre as preocupações expressas pela comunidade judaica da Hungria, uma das maiores da Europa, com 100 mil pessoas. Israel inclusive acusa o bilionário de financiar ONGs que criticam a ocupação israelense dos territórios palestinos.
"A Hungria está na linha de frente na luta contra o antissionismo", disse ainda o premiê israelense em Budapeste, cidade natal de Theodor Herzl, pai do sionismo político. Ele também agradeceu a Orban por "estar ao lado de Israel nas instâncias internacionais".
A oposição húngara denuncia uma estratégia de Orban para atrair eleitores do partido de extrema-direita Jobbik, principal adversário do atual governo.
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