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China

ONGs condenam China por morte de dissidente e pedem liberdade para esposa do Nobel

Várias organizações de defesa dos direitos humanos, governos de países ocidentais e o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos pressionam o governo chinês a libertar a esposa de Liu Xiaobo, o Nobel da Paz morto nesta quinta-feira (13) de câncer no fígado.

Ativistas pró-democracia de Hong Kong homenageiam Liu Xiaobo, após morte aos 61 anos de câncer no fígado.
Ativistas pró-democracia de Hong Kong homenageiam Liu Xiaobo, após morte aos 61 anos de câncer no fígado. REUTERS/Bobby Yip
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Familiares e amigos não conseguiram até o momento entrar em contato com Liu Xia, a esposa do dissidente chinês morto que era o símbolo da luta pela democracia no país asiático. Ela é mantida em prisão domiciliar desde 2010, quando Xiaobo recebeu o prêmio europeu. Durante os oito anos que ele passou na prisão, condenado por "subversão", Liu só teve autorização para visitá-lo uma vez por mês. Ela estaria sofrendo de depressão.

Um dia após o falecimento do dissidente, as homenagens continuam intensas nas redes sociais. O governo chinês é condenado por ter impedido o Nobel da Paz de receber um tratamento adequado para a doença no exterior. Mas Pequim mantém um discurso duro em relação ao ativista.

"Blasfêmia"

Nesta sexta-feira (14), o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Geng Shuang, disse que foi "uma blasfêmia" conceder o Nobel a Xiaobo. Rebatendo as críticas, Geng indicou que Pequim protestou com "alguns países", incluindo Estados Unidos, Alemanha e França, pelas "declarações irresponsáveis" sobre a morte do dissidente, assim como com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

O comitê do Nobel norueguês, que ontem acusou a China de "ter uma grande responsabilidade na morte prematura de Xiaobo ao privá-lo de cuidados médicos adaptados”, declarou hoje estar "extremamente preocupado com a situação de Liu Xia, após a morte trágica de seu esposo".

O secretário do Comitê do Nobel, Olav Njoelstad, pede às autoridades chinesas para levantar todas as restrições que pesam sobre Liu Xia. "Se ela deseja deixar a China, não há razão para recusar essa demanda", diz o comitê em um comunicado.

Pequim ignora as críticas e rejeita o que considera uma ingerência em assuntos internos do país. "Solicitamos todos os países a respeitar a soberania da justiça chinesa e a não se envolver nos assuntos internos", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

O destino de Liu Xia, segundo o dissidente Hu Jia, um amigo do casal, é agora a principal preocupação dos opositores chineses. "Não tivemos nenhuma informação a respeito dela. É a pessoa que mais sofre atualmente", declarou Hu Jia.

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