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Irã

Eleição presidencial leva mais de 56 milhões de iranianos às urnas

Mais de 56 milhões de iranianos vão às urnas nesta sexta-feira (19) para eleições presidenciais. Ao todo, quatro candidatos disputam o primeiro turno, mas a decisão deve ficar entre o atual presidente reformista moderado, Hassan Rohani, e o religioso conservador Ebrahim Raissi, próximo do guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.

As seções eleitorais abriram às 8h locais para 56,4 milhões de eleitores iranianos.
As seções eleitorais abriram às 8h locais para 56,4 milhões de eleitores iranianos. TIMA via REUTERS
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As seções eleitorais abriram às 8h locais e fecharão às 22h. Tanto na capital, Teerã, como nas províncias, o fluxo de eleitores era grande desde o início da votação, com longas filas em alguns locais. De acordo com o Ministério iraniano do Interior, a taxa de participação deve ultrapassar os 72%. O apelo do líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, para que os iranianos fossem votar, deve mobilizar a população.

"Vim votar para oferecer um futuro melhor para meu filho e sua geração. A situação econômica do país não é boa, como em vários países. Mas estou convicto de que isso vai mudar depois desta eleição", disse à reportagem da RFI o eleitor Saeed, que não quis revelar o nome de seu candidato.

No entanto, a promessa de melhorar a situação econômica foi a bandeira levantada pelo ultraconservador Raissi, de 56 anos, que diz que governará para os pobres. Do outro lado, Rohani, 68 anos, promete dar continuidade à sua política de abertura para o Ocidente e mais liberdade aos iranianos.

Eleito pela primeira vez em 2013, com 50,7% dos votos no primeiro turno, Hassan Rohani dedicou a maior parte de seu primeiro mandato de quatro anos à negociação do acordo nuclear com as potências ocidentais, que permitiu iniciar abertura econômica e política de seu país. Além do acordo nuclear, o presidente conseguiu uma impressionante queda da inflação, que passou de quase 40% em 2013 para 9,5% atualmente.

Balanço do governo de Rohani

Mas o balanço do governo de Rohani, 68 anos, é questionado por Raissi, 56 anos, ligado ao guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. O religioso conservador cobra do atual presidente medidas para combater o desemprego, que afeta mais de 12% da população e 27% dos jovens. Durante a campanha, Raissi acusou frequentemente Rohani de ter governado para "os 4% mais ricos" do país.

A insatisfação de parte dos eleitores com o atual presidente pode resultar em uma abstenção decisiva neste primeiro turno, segundo Azadeh Kian, professor da universidade de Paris-Diderot, especialista em política iraniana. "Há muitos eleitores decepcionados com a política de Rohani que se recusam a votar. Para eles, não houve criação de empregos suficiente e nem uma abertura maior para as mulheres no país. Além disso, a corrupção persiste entre os políticos", explica.

Os resultados do primeiro turno devem ser divulgados neste sábado (20) ou domingo (21). Além da votação presidencial, os iranianos também participam das eleições municipais. O desafio das grandes cidades de Teerã, Machhad, no nordeste, e Isfahan, no centro, é conseguir alterar a maioria conservadora que as governa.

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