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Israel/Palestina

Prisioneiros palestinos iniciam segundo mês de greve de fome

Mais de mil palestinos presos em Israel iniciam nesta quarta-feira (17) o segundo mês de greve de fome para protestar contra suas condições de detenção.O movimento foi lançado em abril por Marwan Barghouti, dirigente do Fatah condenado à prisão perpétua por homicídio, durante os tumultos da segunda Intifada, nos anos 2000.

Manifestação em apoio aos prisioneiros em greve de fome
Manifestação em apoio aos prisioneiros em greve de fome REUTERS/Abed Omar Qusini
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As greves de fome dos prisioneiros palestinos não são raras, mas o movimento atual é um dos mais importantes dos últimos tempos. Ele coincide com a visita, no próximo dia 22, do presidente americano Donald Trump. Durante uma coletiva em Ramallah, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, pediu ao governo israelense que aceite as exigências humanitárias dos presos. “Temo que se algo acontecer a eles, isso possa complicar ainda mais a situação”, disse Abbas.

Os presos protestam contra as más-condições na cadeia e as chamadas “detenções administrativas”, onde o encarceramento ocorre sem processo. A prática é utilizada para contornar as exigências legais de um julgamento. O mesmo método foi usado no regime do Apartheid, na África do Sul, e na prisão de Guantánamo, nos Estados Unidos. Mais de 500 presos estão detidos em Israel nessas condições. Para as autoridades israelenses, o motivo do jejum é político.

Parentes não podem visitar presos

Os parentes dos prisioneiros também não podem visitá-los, uma situação que está sendo discutida entre o governo israelense, a ONU e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Neste domingo (14), o ministro israelense da Segurança Pública, Gilad Erlan, acusou Barghouti de romper secretamente seu jejum e comer barras e biscoitos de chocolate. “Ele mentiu à opinião pública palestina, dizendo que estava em greve de fome. Israel não cederá à chantagem e à pressão dos terroristas”, disse. Segundo Kadoura Farès, que dirige a Associação de prisioneiros palestinos, mais de 6.500 palestinos estão atualmente detidos em 22 prisões israelenses.

O corpo suporta em média 50 dias sem alimentação, explica Zeratzion Hisha, médico da Cruz Vermelha Internacional. Segundo ele, as dores no estômago duram cerca de três dias, e depois o cérebro se habitua à falta do alimento. Entretanto, sem os nutrientes necessários, o organismo consumirá as proteínas usadas pelos músculos, e, no final pelos próprios órgãos, preservando o cérebro, os rins, o fígado e o coração. A morte é provocada, em geral, por uma parada cardíaca.

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