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A Semana na Imprensa

Por que as fake news fazem tanto sucesso?

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 A revista francesa Le Point desta semana traz uma longa reportagem de capa sobre a mentira. Com o título, “o fracasso da verdade”, o dossiê de 13 páginas tenta explicar, com a ajuda de cientistas de várias áreas, porque as teorias do complô, as manipulações da informação e os rumores têm encontrado tanto sucesso atualmente, em um fenômeno cada vez mais ampliado pela internet.

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Quem nunca ouviu a teoria de que o ataque contra as Torres Gêmeas do World Trade Center não aconteceu? Ou ainda que a Terra não é redonda e que, na verdade, a Nasa teria manipulado as imagens às quais estamos acostumados há séculos? Esses são alguns dos exemplos usados pela revista Le Point, que se interessou pela propagação das falsas informações no mundo.

A reportagem explica que as “fake news” sempre existiram. Elas apenas mudaram de nome, pois os rumores, a propaganda e a mentira não são nenhuma novidade no mundo.

Porém, os grupos que lançam teorias absurdas estão cada vez mais organizados, comenta o texto, que conta o caso do ex-primeiro-ministro neozelandês, John Key, que passou por um exame médico em 2014 para provar que não era um réptil. Pode parecer piada, mas a iniciativa do premiê foi uma forma de acabar de uma vez por todas com os rumores de que ele faria parte de uma raça alienígena capaz de transformar sua aparência para escravizar os seres humanos. Também fariam pertenceriam à espécie a rainha Elizabeth II e o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama.

Em uma das reportagens sobre o tema, Le Point traz um artigo do sociólogo Gérald Bronner, autor do livro “La démocratie des crédules”. Segundo ele, uma das razões do sucesso das crenças atuais é o sentimento de impotência vivido pela sociedade. Para o pesquisador, diante da globalização dos fluxos econômicos, migratórios e da informação, a população tem a sensação de “perder o controle” e esse seria “um dos aspectos que favorecem a dimensão viral das teorias do complô”. É o caso do aquecimento global, visto como uma invenção por vários grupos, como lembra o filósofo Lee McIntyre, da Universidade de Boston, que também foi entrevistado pela revista francesa.

Gérald Bronner prossegue dizendo que “o sentimento de viver em um ambiente no qual não se pode agir alimenta interpretações conspiratórias, pois elas explicariam os fenômenos por meio da ação de vontades potentes e ocultas”. Mas para o sociólogo, a internet ajudou a alimentar esse fenômeno, pois deu voz a pessoas até então confinadas em grupos radicais.

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