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Brasil, África do Sul, Índia e China se comprometem em reunião a reduzir poluição

Brasil, África do Sul, Índia e China deram uma mensagem clara para o resto do mundo sobre a mudança do clima nesta terça-feira (11) em Pequim. Disseram que estão mais comprometidos do que nunca com as metas de redução de emissões e com o acordo de Paris sobre clima, a despeito de uma nova postura que venha a ser adotada daqui para frente por países como os Estados Unidos.

Congestionamento em São Paulo
Congestionamento em São Paulo Divulgação
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Vivian Oswald, correspondente da RFI em Pequim

O grupo que ficou conhecido por Basic, criado para trocar ideias sobre clima, se reuniu pela primeira vez desde a eleição de Donald Trump.

Durante a reunião ministerial, as quatro nações afirmaram que há muitas incertezas políticas neste momento sobre o que farão os americanos, que estão revendo todas as posições do ex-presidente Democrata Barack Obama sobre o tema. Há ainda o Brexit e a eleição em países europeus, o que também poderia influenciar os resultados da conferência sobre o clima.

O sub-secretário-geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia, José Antônio Marcondes de Carvalho, disse que o aquecimento global é um problema de todos e precisa ser resolvido por todos.

"Também tivemos discussão em recentes sobre os desdobramentos em alguns países e antecipando também possíveis cenários de mudanças em outros países, como é o caso de eleições, que vão acontecer na Europa e como é o caso, já definido, mas que precisamos entender os diferentes contornos, que é a saída do Reino Unido da União Europeia."

A China tem tentado se impor como um novo líder no debate sobre o clima e já avisou que não só vai manter o seu compromisso, como também ultrapassar a meta de redução das emissões com a qual se comprometeu até 2020. Os Estados Unidos e a China são os dois maiores poluidores do mundo.

Tirar do papel compromissos

Durante encontro em Pequim, os países do Basic também discutiram como pretendem regulamentar e tirar do papel os compromissos firmados em Paris.

"Aproveitamos para deixar muito claro que os quatro países do Basic não recuaremos, mas avançaremos para cumprir em sua totalidade as metas nacionais que cada um dos países temos e mostrar a importância que essas ações poderão ter para o combate ao aquecimento, que já subiu um grau celsius. Resolvemos deixar muito claro de que esse processo de mudança do clima é uma luta global. É não apenas irreversível, como inadiável."

A vice-ministra de Meio Ambiente da África do Sul, Barbara Thompson, afirmou que a posição dos Estados Unidos é muito pouco clara neste momento. "Existem diferentes visões dentro da nova administração. Mas podemos mandar uma mensagem política. Temos de nos manter firmes e reiterar nossos próprios compromissos, o que pode ter efeitos positivos."

"Pelo bem da humanidade"

No comunicado final do encontro, os ministros “instaram todos os signatários a seguir adiante e manter o seu apoio ao acordo de Paris pelo bem da humanidade e das nossas futuras gerações”, diz o documento.

O embaixador brasileiro destacou a importância da da responsabilidade comum, porém diferenciada, para o cumprimento das metas e o financiamento das ações de combate à mudança do clima.

"Não se trata de um posicionamento político sem base. A ciência mostra qual é o tempo de permanência desses gases de efeito estufa na natureza, na atmosfera. Estamos sofrendo hoje os efeitos de gases acumulados desde a Revolução Industrial."

Segundo ele, a responsabilidade comum, porém diferenciada, decorre não só deste fato histórico e desta realidade científica, mas também do fato de que países em desenvolvimento como o Brasil temos outras realidades e necessidades que outros países mais ricos não têm, que é o caso da erradicação da pobreza.

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