Atentado em São Petersburgo chama a atenção para radicalização na Ásia Central
No dia seguinte ao atentado no metrô de São Petersburgo da segunda-feira (3), que deixou pelo menos 11 mortos, os primeiros elementos da investigação parecem confirmar que o autor do ataque é do Quirguistão. Não é a primeira vez que um cidadão de um país da Ásia central estaria implicado em uma ação terrorista.
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Régis Genté, correspondente da RFI na Rússia
Foi o caso, por exemplo, nos atentados de Istambul, em uma boate em janeiro de 2017 e no aeroporto Atatürk em junho do ano anterior. Os autores do ataque à casa noturna eram uigures, uma maioria muçulmana de língua turca da região de Xinjiang, no noroeste da China, no passado chamada de Turquistão Oriental.
Segundo o FSB, órgão de inteligência russo, pelo menos 7 mil cidadãos da ex-União Soviética teriam se unido aos jihadistas no Iraque e na Síria – e mais da metade deles seriam da Ásia central.
O suposto homem-bomba do metrô russo, Akbarjon Djalilov teria nascido no sul do Quirguistão, em Och, em 1995. Os serviços de segurança desse país dizem que é provável que ele tenha adquirido a nacionalidade russa. Essa informação sugere que ele não teria sido recrutado no Quirguistão, mas na Rússia.
Muitos jihadistas originários da Ásia Central, que integram grupo Estado Islâmico, principalmente em Mossul (Iraque), ou grupos afiliados à Al-Qaeda são recrutados entre os migrantes na Rússia. Mais de 5 milhões de estrangeiros trabalham nos canteiros de obras ou nos mercados, frequentemente em más condições, e são vítimas fáceis para os recrutadores.
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