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Milhares de russos se manifestam contra denúncias de corrupção

Uma série de manifestações reuniu milhares de russos em todo o país neste domingo (26), atendendo ao chamado de Alexei Navalny, um dos principais opositores do governo de Vladimir Putin. Os protestos visavam denunciar a corrupção, apesar da proibição de manifestações por parte das autoridades locais.

Opositores do governo russo se manifestam em Vladivostok neste domingo, 26 de março de 2017.
Opositores do governo russo se manifestam em Vladivostok neste domingo, 26 de março de 2017. REUTERS/Yuri Maltsev
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Os protestos aconteceram em várias cidades no leste da Rússia e uma manifestação foi realizada neste domingo (26) em Moscou, para onde foi deslocado um grande efetivo de forças de segurança russas.

Um dos mais ativos opositores do governo e manifestante anti-corrupção, o blogueiro Navalny, convocou os protestos após publicar um relatório acusando o primeiro-ministro Dmitri Medvedev de controlar um império imobiliário, por meio de uma rede oculta de ONGs.

O vídeo de 50 minutos publicado por Alexeï Navalny no YouTube, no qual ele descreve as táticas utilizadas pelo primeiro-ministro russo, foi visto mais de 11 milhões de vezes, mas Medvedev não reagiu às acusações.

A corrupção e o silêncio

Alexeï Navalny, advogado experiente, denunciou durante anos a corrupção das elites na Rússia em seu blog e anunciou sua intenção de concorrer à presidência no próximo ano. Em Novosibirsk, na Sibéria, cerca de 2 mil pessoas se reuniram no centro da cidade, acenando cartazes "Não à corrupção", de acordo com um site de notícias local.

Cerca de 1,5 mil pessoas também marcharam nas cidades siberianas de Krasnoyarsk e Omsk. Em Vladivostok, no Extremo Oriente russo, cerca de 700 pessoas se manifestaram, e uma dúzia delas foram detidas pela Guarda Nacional, de acordo com o site local Media Prima. Em Ekaterinburg, nos Montes Urais, cerca de mil pessoas se manifestaram, de acordo com o site Znak.com.

Segundo afirma Alexeï Navalny em seu site, manifestações foram planejadas em 99 cidades, mas em 72 delas, as autoridades se opuseram à realização dos protestos, alegando razões como operações de limpeza, concertos de sinos das igrejas ou eventos organizados por movimentos favoráveis ao Kremlin.

A Constituição russa permite manifestações, mas a recente legislação penaliza eventos não autorizados pelas autoridades locais. Segundo relatos, as autoridades têm procurado dissuadir os estudantes de participarem de protestos, sendo que algumas escolas chegaram a marcar provas mesmo neste domingo, em algumas cidades russas.
 

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