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Entra em vigor proibição de aparelhos eletrônicos em aviões árabes

A proibição de laptops e tablets nos aviões, imposta pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido para voos procedentes de países árabes e da Turquia, entrou em vigor neste sábado (25), para insatisfação de executivos e de algumas famílias, além de críticas da comunidade internacional.

Vista geral da área de embarque da companhia Emirates, no Aeroporto Internacional de Dubai.
Vista geral da área de embarque da companhia Emirates, no Aeroporto Internacional de Dubai. REUTERS/Jumana El Heloueh/File Photo
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"Compreendo os aspectos relativos à segurança", afirmou Debbi Corfield, uma consultora britânica de uma empresa americana do setor médico que se encontrava no aeroporto de Doha, no Catar, um dos locais afetados pelo veto americano. "Mas terei problemas quando eu precisar trabalhar a bordo, já que meu tempo de trabalho será reduzido", completou.

Corfield viaja pelo menos três vezes ao ano para os Estados Unidos a trabalho e disse que sua empresa e muitos colegas serão afetados pela medida. Já no aeroporto de Dubai, os funcionários da companhia nacional Emirates explicavam aos passageiros a proibição e apresentavam "as atividades de lazer" previstas para depois do check-in.

O veto entra em vigor durante um fim de semana de tráfego aéreo intenso, com a expectativa de 1,1 milhão de passageiros entre sexta-feira (24) e domingo (26).

Pais decepcionados

No aeroporto de Dubai, que recebe o maior número de passageiros internacionais do planeta, alguns pais não escondiam a decepção. "Tenho dois filhos e eles estão sempre com um Ipad na mão", lamenta Samuel Porter, que viajava com a família.

As autoridades americanas proibiram o transporte de laptops e tablets nos voos de nove companhias aéreas procedentes de 10 aeroportos internacionais de países árabes e da Turquia, alegando o risco de atentado.

Os oito países com empresas e aeroportos afetados são todos aliados dos Estados Unidos: Turquia, Jordânia, Egito, Arábia Saudita, Kuwait, Catar, Emirados Árabes Unidos e Marrocos. Washington não anunciou a duração da medida, mas a companhia aérea Emirates, com sede em Dubai, informou que recebeu a determinação de aplicá-la até 14 de outubro de 2017.

O veto afeta ainda os aparelhos vendidos nas lojas duty-free, informou à rádio DubayEye o presidente do aeroporto de Dubai, Paul Griffith. Para tentar acalmar o descontentamento dos clientes, a Emirates disponibilizou um serviço especial gratuito, que permite o uso de aparelhos eletrônicos até o momento do embarque. O desafio é grande para a companhia Emirates, que opera 18 voos diários para os Estados Unidos a partir de Dubai. A Turkish Airlines fez o mesmo nos aeroportos da Turquia.

Viva os livros

Em Dubai, alguns passageiros encontraram um substituto para os tablets. "Eu trouxe dois livros", disse uma passageira. No aeroporto de Abu Dhabi, também afetado pelo veto, a administração tenta seduzir os clientes com outras vantagens. A companhia Etihad informou que os passageiros com destino aos Estados Unidos podem passar por todos os controles de imigração e alfândega na saída de Abu Dhabi, um dos poucos aeroportos no mundo com este serviço. "Assim não precisam entrar na fila ao chegar aos Estados Unidos", indicou a Etihad à agência AFP.

Imediatamente depois dos Estados Unidos, o governo do Reino Unido anunciou na quarta-feira (22) uma medida quase similar que, com exceção dos Emirados Árabes Unidos, afeta a Turquia e cinco países árabes: Líbano, Jordânia, Egito, Tunísia e Arábia Saudita.

As medidas, que não são aplicadas por outros países afetados por atentados, como a França, foram muito criticadas. Alguns especialistas apontam o fato de que são aplicadas apenas em países muçulmanos, outros consideram que para os Estados Unidos esta é uma forma de protecionismo, em um cenário no qual as companhias aéreas americanas reclamam da concorrência das empresas do Golfo.

(Com informações da AFP)

 

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